SÃO PAULO, SP - Quando o New England Patriots fez seu primeiro touchdown contra o Seattle Seahawks, neste domingo (1), na final do Super Bowl, os espectadores transformaram o cinema em estádio de futebol.
Com saco de pipoca nas mãos, vestindo camisetas de times da NFL (a liga profissional de futebol americano), os torcedores que compareceram a uma das salas do Cinemark do shopping Market Place, zona sul de São Paulo, se levantaram, começaram a gritar e a bater palmas. "Go, Patriots! Toma!".
Pouco antes, a interceptação do lançamento de Tom Brady por um jogador do Seahawks já havia aumentado o ânimo nas poltronas.
Cerca de 50 salas de cinema em 34 cidades do Brasil exibiram a grande decisão da temporada da NFL, disputada em Phoenix, no Arizona, com transmissão da ESPN.
Laurence Boppre, 32, desembolsou R$ 50 para ter a sensação de "estar mais perto" do estádio nos EUA.
"Achei boa a ideia de ver o jogo em uma tela grande. Está animado isso aqui", disse o gerente de construtora.
Além de assistir à partida, coube a Boppre explicar aos amigos menos familiarizados com o esporte aquilo que acontecia no gramado.
"É o primeiro jogo que vejo. Estou conseguindo entender alguma coisa", revelou Gerson Falopa, 31, empresário.
Em compensação, a administradora Renata Salvini, 34, admitiu que mal conseguia acompanhar a bola.
"Vim para assistir ao show da Kate Perry no intervalo", disse.
Apesar de não entender "absolutamente nada" de futebol americano, ela escolheu um time na final.
"Estou torcendo para o [Tom] Brady. Quero dizer, para o Patriots", brincou, em uma referência ao quarterback bonitão, marido da modelo brasileira Gisele Bündchen.
A torcida da equipe de Seattle respondeu à altura no momento em que o time marcou seu primeiro touchdown. O clima era de Fla x Flu, ou de qualquer outro clássico de futebol.
De uniforme do Patriots, o estudante João Pinheiro, 15, levou mais três amigos para acompanhar o Super Bowl e vibrou a cada jarda que seu time avançou no campo. Também xingou o juiz quando o marcador estava em 24 a 14 para o Seahawks no terceiro tempo. E quase foi à loucura no quarto tempo, após o Patriots fazer outro touchdown e passar à frente do adversário: 28 a 24, placar final.
Fanático por NFL desde criança, ele estava usando uma faixa preta sob cada olho, tal como fazem alguns jogadores da modalidade.
"Eles usam para evitar o reflexo do sol ou dos refletores do estádio nos olhos. Eu uso para torcer mesmo", explicou o garoto, que afirmou não ter time de futebol no Brasil.
Nickolas Franco, 16, um dos amigos de João, aprovou a ideia de ir ao cinema para a final da liga.
"É muito mais legal do que assistir em casa, com os pais. Aqui o pessoal está animado. Você convive com outras pessoas que gostam de futebol americano."
No fim das contas, mesmo para os desentendidos, a experiência de assistir ao Super Bowl no cinema valeu a pena.
"Eu ia embora depois do show da Kate Perry, mas resolvi ficar. Estou começando a me entusiasmar com esse jogo aí", disse Renata Salvini, que, ao final da partida, já sabia um pouco mais além do nome do marido da Gisele Bündchen.
Deixe seu comentário sobre: "Fanáticos por NFL transformam sala de cinema em estádio de futebol"