França e África do Sul jogam a vida na Copa do Mundo nesta terça-feira (22) no estádio Free State de Bloemfontein, em uma partida que ganhou destaque devido à situação delicada dos anfitriões (que podem ser os primeiros donos da casa a não avançaram para a segunda fase de um Mundial) e dos franceses, que estão envolvidos em uma situação explosiva.
Na concentração francesa, no balneário de Knysna, fala-se de tudo menos de futebol após a implosão causada pelos insultos do atacante Nicolas Anelka ao técnico Raymond Domenech no intervalo da partida contra o México na quinta-feira (17).
O posterior vazamento para a imprensa deixou os jogadores olhando desconfiados uns para os outros em busca de um "traidor", como disseram alguns, e a rejeição de Anelka em pedir desculpas causou a sua expulsão do grupo. Mas as coisas ficaram ainda piores quando os jogadores se negaram a treinar no domingo (20) em protesto contra a decisão da Federação Francesa de Futebol de eliminar Anelka do plantel.
A situação motivou ameaças de renúncia, a intervenção do governo por meio da ministra dos Esportes Roselyne Bachelot e grandes manchetes na imprensa francesa sobre a vergonha do país.
Os jogadores voltaram nesta segunda-feira (21) aos treinos, depois de sua greve em solidariedade a Anelka, e tentarão se concentrar no jogo contra a África do Sul em meio a tanta confusão.
Os Bleus e os Bafana Bafana precisam golear seu adversário e esperar que haja um derrotado na partida entre México e Uruguai, que também começa às 16h (11h de Brasília) em Rustenburgo.
A França tem nesta Copa um empate por 0 a 0 com o Uruguai e uma derrota por 2 a 0 para o México. Esta é uma situação muito parecida com a de Coreia/Japão, em 2002, quando os franceses foram eliminados na primeira fase sem marcar um gol sequer.
A África do Sul também está em desespero após o seu empate com o México por 1 a 1 e sua derrota por 3a 0 para o Uruguai, ainda em desvantagem no saldo de gols.
A seleção anfitriã também deu alguns sinais de divisão interna, embora tenha sido rapidamente distanciada da imprensa com treinos com portas fechadas. Os sul-africanos sonham com o milagre que evite que sejam os primeiros anfitriões de uma Copa a não se classificar para as oitavas.
França: Hugo Lloris - Bacari Sagna, William Gallas, Eric Abidal, Patrice Evra (cap.) - Alou Diarra, Abou Diaby - Sidney Govou, Franck Ribéry, Florent Malouda - Thierry Henry. T: Raymond Domenech.
África do Sul: Moneeb Josephs - Siboniso Gaxa, Aaron Mokoena (cap), Bongani Khumalo, Lucas Thwala - Siphiwe Tshabalala, Surprise Moriri, Reneilwe Letsholonyane, Teko Modise - Steven Pienaar - Katlego Mphela. T: Carlos Alberto Parreira.
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