SÃO PAULO, SP - Um dia após o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, fazer críticas públicas ao São Paulo e admitir que está com a paciência no limite, o técnico Muricy Ramalho também declarou estar com a paciência no fim, mas ponderou a atual situação.
"Ele [Aidar] tem razão. Não só ele. Todo mundo. A paciência acaba, mas você tem de continuar o trabalho. Ainda não acabou o campeonato. Se todas as vezes que você perder a paciência for fazer alguma coisa, não tem mais futebol. Isso não é só ele. Eu também sou assim. Mas não pode perder o comando. Tem de continuar trabalhando", disse o treinador, nesta sexta (15).
Na véspera, Aidar disse que, apesar de estar com a paciência no limite, não pensava em se desfazer do técnico. "Ele será o treinador enquanto quiser e enquanto eu for presidente. Só a longevidade do treinador ajuda a trazer resultado", declarou o presidente.
Isso não impediu o dirigente de fazer duras críticas à equipe. Citou falta de "entrosamento e malícia em campo" e a repetição de "momentos infelizes".
A motivação principal das críticas foi a eliminação na Copa do Brasil, na última quarta-feira (13), após derrota para o Bragantino por 3 a 1, no Morumbi. Mas, na atual passagem de Muricy, o São Paulo acumula outras duas eliminações para times do interior em torneios eliminatórios -para a Ponte Preta na Copa Sul-Americana-2013 e para o Penapolense no Paulista-2014.
Muricy não demonstrou incômodo com as críticas que recebeu.
"Sou realista com as coisas. No momento certo tem de falar. O time não jogou bem quarta-feira e temos de aceitar. A gente não pode ficar bravo com a crítica depois do que jogamos. Não merecíamos outra coisa. Quando é uma critica de um jogo que fomos tão mal temos de ficar quietos", respondeu sobre o assunto.
Mas o treinador tricolor disse, durante sua entrevista, que não teme perder o emprego e que, se se sentir insatisfeito, pode até mesmo antecipar a saída. Ele tem contrato com o clube até o final da temporada 2015.
"Não me asseguro mais em emprego. Não estou mais nessa fase. Não precisa alguém falar para mim o que eu devo fazer. Se eu não me sentir bem, eu saio. Claro que estamos oscilando demais. No domingo, ganhamos de 3 a 1 [do Vitória], no Dia dos Pais. Mas na quarta foi aquele desastre. A gente sabe que tem de oscilar menos, mostrar mais. Futebol é resultado."
E O CLÁSSICO?
Questionado se o atual cenário pode afetar o São Paulo no clássico contra o Palmeiras, no domingo (17), Muricy minimizou os efeitos.
O duelo será válido pela 15ª rodada do Brasileiro, torneio que o time tricolor ocupa a quinta colocação, sete pontos distante do líder Cruzeiro.
"Temos de trabalhar, conversar com os jogadores. É um momento que eles ficam inseguros. E o treinador tem de dar força. O tempo para preparar é pouco, mas são palavras de incentivo e informações sobre o adversário que passamos aos atletas. O resto é dentro do campo. É um campeonato longo, estamos perto do bolo e temos chances reais nessa competição."
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