Em mais um confronto nesta Copa do Mundo, a seleção teoricamente mais forte dominou a adversária do primeiro ao último minuto, mas terminou a partida sem a vitória. Desta vez, foi a Itália. A Azzurra pressionou a Nova Zelândia durante todo o jogo, mas acabou ficando no empate por 1 a 1, neste domingo, no Estádio Mbombela, em Nelspruit.
O torcedor que aproveitou os minutos iniciais para comprar o seu lanche na praça de alimentação do "estádio das girafas" (o Mbombela ganhou o apelido por conta dos 18 suportes que sustentam a cobertura, desenhados para se parecerem com o animal pescoçudo) provavelmente não viu o primeiro gol do jogo.
Logo aos seis minutos, Elliott cobrou falta de muito longe. Cannavaro não cortou e a bola sobrou para Smeltz marcar. Um lance ilegal - o atacante neozelandês estava impedido e Reid havia empurrado Gilardino - que acabou sendo validado pela arbitragem.
Atrás no placar, a Itália - postada no 4-4-2 - mostrava um futebol ofensivo (ao contrário do pré-conceito construído pelos críticos de futebol), com boa troca de passes e a chegada constante dos laterais Zambrotta e Criscito ao ataque. A Azzurra pressionava: sete chutes ao gol com menos de meia hora de jogo. Aos 26, Montolivo acertou a trave, em arremate de longa distância.
O gol de empate veio dois minutos depois. Após cruzamento na área, Smith puxou De Rossi pela camisa. O árbitro assinalou o pênalti e deu o cartão amarelo de presente ao defensor. Coube a Iaquinta cobrar e converter. Era o empate.
Os All Whites (apelido da seleção neozelandesa), sob forte marcação, não conseguiam criar jogadas de ataque pelo chão. Resultado? Chutões seguidos para frente. Para se ter uma ideia da dificuldade deles de tocar a bola, a equipe da Oceania terminou a etapa inicial com somente 55% dos passes certos.
Já nos acréscimos, De Rossi bateu bonito de fora da área, mas Paston caiu bem para fazer a defesa. A Itália - mesmo com o vacilo no começo - foi superior durante todo o primeiro tempo.
Azzurra continua em cima
O técnico Marcello Lippi não queria saber de outro resultado senão a vitória. O treinador promoveu no intervalo a entrada de Camoranesi e Di Natale, nos lugares de Pepe e Gilardino, respectivamente, para deixar o time mais rápido.
Di Natale, artilheiro da última edição do Campeonato Italiano (29 gols), pela Udinese, mostrou serviço logo que entrou. Aos três minutos da segunda etapa, ele apareceu na área e pegou de semi-voleio. Pena que Paston estava ligado. Era a primeira mostra de uma Itália mais veloz.
A Nova Zelândia manteve o 4-5-1 da primeira etapa, mas voltou adiantando a marcação, tentando atrapalhar a saída de bola da equipe europeia. Uma opção que não mostrou tanto resultado na prática.
Se a Itália por um lado ganhou velocidade com as substituições, por outro perdeu força nas jogadas aéras - que começaram a ser cada vez mais constantes a partir dos 20 minutos da etapa final. O domínio italiano era evidente - mais chutes, escanteios, maior posse de bola, o que estiver no menu - mas não se transformava em gols.
A Nova Zelândia deu o seu terceiro chute ao gol no jogo somente aos 37 do segundo tempo. Wood se livrou de Canavaro e bateu cruzado, para fora. O experiente zagueiro (melhor do mundo em 2006) ainda é muito bom, mas não tem mais a mesma agilidade.
Nos últimos cinco minutos, os italianos desistiram de qualquer jogada mais trabalhada e foram para o abafa. Algumas chances apareceram, mas os neozelandeses se defenderam à moda antiga italiana - retrancados.
Com o empate entre as seleções, o Paraguai assume a liderança isolada do Grupo F. A Itália agora vai com tudo para cima da Eslováquia, na próxima partida, em busca da classificação para a próxima fase.
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