RIO DE JANEIRO, RJ - O diretor de comunicação da Fifa, Walter di Gregorio, quebrou nesta segunda-feira (7) o protocolo da entrevista coletiva diária da organização da Copa do Mundo com jornalistas do mundo todo.
Antes de a porta-voz da entidade, Delia Fischer, e o diretor de comunicação do COL (Comitê Organizador Local), Saint-Clair Milesi, tomarem seus lugares para conversarem sobre os assuntos normais do Mundial, o italiano assumiu os microfones para defender a arbitragem na competição.
"Publicaram uma matéria falando que temos um plano secreto de diminuir os cartões para aumentar a diversão e a audiência das partidas. Isso é inaceitável. Você sempre pode questionar a decisão de um árbitro, mas essa ideia é um absurdo", disse Di Gregorio.
A reportagem a que ele se referiu foi publicada nesta segunda pelo "Bild". Segundo o tabloide alemão, o comitê de arbitragem orientou os juízes do Mundial a economizar nos cartões. O possível objetivo seria diminuir as suspensões por acúmulo de cartões amarelos e expulsões.
O assunto passou a ser discutido nas redes sociais depois da vitória por 2 a 1 do Brasil sobre a Colômbia, pelas quartas de final, ter um recorde de 54 faltas anotadas, com apenas quatro cartões amarelos aplicados.
"Nossa intenção é sempre proteger os principais jogadores. O Neymar não jogar a semifinal e a final não é bom para nós. Adoraríamos vê-lo jogar", adicionou Gregorio, lembrando que o astro brasileiro se machucou na partida contra os colombianos em um lance que não rendeu cartão ao colombiano Zúñiga.
A média de cartões mostrados pelos árbitros na Copa-2014 em relação ao Mundial anterior caiu muito mais do que a de faltas marcadas.
Na África do Sul, os juízes apitaram em média 31,4 infrações e deram 3,8 amarelos por jogo. Até o momento, no Brasil, esses números diminuíram para 30,1 faltas e 2,8 advertências.
Por outro, as quartas de final -a última fase antes de os cartões serem cancelados- registrou um aumento maior nos cartões do que nas faltas, o que contraria a matéria do "Bild",
As quatro partidas que definiram os semifinalistas da Copa tiveram média de 35 faltas e 3,8 cartões amarelos.
O zagueiro Thiago Silva, capitão da seleção brasileira, foi um dos punidos nas quartas de final. Devido ao amarelo recebido contra a Colômbia, seu segundo na Copa, não poderá enfrentar a Alemanha, na terça (8), pela disputa de uma vaga na decisão.
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