O velho Felipão está de volta. O técnico rei de mata-mata, desconfiado, que trata os rivais como inimigos e aposta no vale tudo para vencer diz ter ressurgido. Ao menos é o que ele prometeu após a classificação contra o Chile, no último sábado, após um enxurrada de lágrimas dos seus jogadores em campo. Na entrevista coletiva no Mineirão, o comandante da seleção brasileira levantou a voz e mandou um recado.
"Estamos sendo muito cavalheiros, muito educados com os estrangeiros. Falei isso com os jogadores no vestiário. Está na hora de mudar um pouco o nosso discurso. Não devemos ser apedrejados por técnicos, jogadores e imprensa estrangeira. Está na hora de eu voltar um pouco ao meu estilo: ser agressivo. Não estou conseguindo aguentar mais", disse o técnico.
A declaração soou como planejada pelo técnico, já que a pergunta feita por um jornalista sueco era sobre a atmosfera vivida pela seleção no Mineirão e sobre o risco que Scolari passou de ser eliminado precocemente na Copa.
Quem conhece bem Felipão acha que a mudança prometida faz parte de uma estratégia, uma mensagem aos jogadores. Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, ex-presidente do Grêmio e amigo do técnico, conviveu com ele na década de 1990 no clube gaúcho. Cacalo acha que o comandante da seleção está tentando mexer com um time que mostra sinais de insegurança.
"Eu não acho que ele vai mudar estilo. Eu vejo como um discurso público para mandar recado aos jogadores. Ele nunca afrouxou. Está tentando motivar o time", disse. "Não vejo o estilo dele como agressivo. A palavra que melhor descreve o jeito Felipão é irresignação. Não se entregar jamais. Ele é bom estrategista, mas é o maior comunicador com os jogadores que eu já vi. E está precisando atuar assim. O time parece inseguro", completou.
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