RIO DE JANEIRO, RJ - A Justiça do Rio determinou a prisão de dois turistas ingleses, detidos na última semana vendendo ingressos para a Copa do Mundo em Copacabana, zona sul carioca.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, Desmond Lacon e Roger Leigh ingressaram nesta segunda-feira (23) na Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste.
Na decisão, a juíza Andreia Berto, do plantão judiciário, diz que a prisão dos dois ingleses é necessária para "garantia da ordem pública". De acordo com a Polícia Civil, foram apreendidos 425 libras, R$ 3 mil, 1.000 dólares americanos e 50 dólares de Hong Kong.
Apesar do crime de cambismo ser de menor potencial ofensivo -geralmente os detidos em flagrante respondem em liberdade- os dois estrangeiros tiveram a prisão decretada porque também são acusados pelo crime de associação criminosa.
A reportagem já havia divulgado a prisão em flagrante dos estrangeiros depois de descobrir um esquema internacional de venda de ingressos para a Copa. Com eles foram apreendidos 59 ingressos. Investigação aponta que os dois homens venderiam pacotes para os jogos do Mundial. Apenas uma empresa tem permissão da Fifa para tal prática e, por isso, qualquer outra companhia é considerada ilegal.
Além dos ingleses, outros seis estrangeiros foram levados presos para o mesmo presídio em Bangu. Entre eles há quatro chilenos, um paraguaio e um colombiano.
O paraguaio Luis Javier Costa, o colombiano Juan Carlos Carceres e os chilenos Victor Ramon Pozo, Victor Fronteras Castillo, Jorge Rodriguez e Fabian Pino foram flagrados dentro do estádio do Maracanã com credenciais falsas no jogo entre Chile e Espanha, na última quarta-feira (18). A Secretaria de Administração Penitenciária informou que eles chegaram à penitenciária na sexta-feira (20).
A pasta afirmou ainda que "todos os internos do sistema penitenciário são tratados de forma igualitária, com direito a banho de sol, quatro refeições e visitas após o cadastramento". Como os outros presos, os estrangeiros tiveram os cabelos raspados, mas a secretaria do sistema não confirmou se eles estão em cela coletiva ou individual.
A reportagem entrou em contato com os consulados dos países dos turistas, mas nenhum deles quis se manifestar sobre os casos. Disseram apenas que estão cientes das prisões, prestam assistência jurídica aos estrangeiros e mantêm contato com as autoridades brasileiras.
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