A busca de proximidade com a torcida é uma das marcas de Luiz Felipe Scolari como técnico de futebol. Nada de paletós e sapatos finos. Sempre agasalhos e bonés dos clubes ou da seleção que comanda. Comemorações efusivas, discursos de apelo emocional.
No entanto, durante a tarde desta terça-feira (17), a poucos metros de distância, Felipão irá encontrar com alguém que consegue igualá-lo nessa presença.
Miguel Herrera, 46 anos, tem muito em comum com Felipão. Assim como o brasileiro, pegou uma seleção em cacos e conseguiu resgatar a confiança. Tirou o México do buraco e de uma eliminação precoce no torneio classificatório da América do Norte e Central, nos últimos jogos, passou à repescagem e classificou o time. E tudo isso com muito abraço, caras e bocas.
As comemorações do mexicano são mais espalhafatosas. Uma delas até virou hit na web local quando comandava o América. Ele começou a se bater loucamente, todo molhado, chacoalhando a cabeça de um lado para o outro.
Se em seu país Herrera não é uma estrela de comerciais como Felipão, ele dá o troco com sobras mas redes sociais. Enquanto o brasileiro não tem e se recusar participar, Herrera abusa das redes e interage com os fãs como se fosse um anônimo. Por lá, assume o papel de turista com fotos íntimas da família, cozinhando e até vestido de Papai Noel.
Scolari, apesar de querer o apoio do público, procura ficar mais nas concentrações durante as grandes competições e evita o corpo a corpo com os torcedores pelo imenso assédio que sofre. Já tentou caminhar em momentos importantes, mas não teve sossego e agora deixa a relação com os brasileiros para o estádio por meio de gestos e declarações diárias. "Tivemos algo que estávamos esperando para ver. Vocês viram a reação da torcida com os jogadores na estreia. Em grupo, torcida com jogadores. Eles (torcedores) foram excelentes. Reagem e reagem bem quando precisamos", afirmou na véspera do jogo contra o México.
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