Em uma das mais duras propostas já feitas para combater o doping, os futuros atletas olímpicos australianos podem ser obrigados a assinar uma declaração de que nunca utilizaram substâncias proibidas para melhorar o desempenho. Além disso, eles poderão ir para a cadeia se tiverem mentido.
O presidente do Comitê Olímpico Australiano (AOC, na sigla em inglês), John Coates, disse nesta sexta-feira que vai propor em uma reunião do conselho executivo da entidade, marcada para 16 de novembro, que para Jogos futuros, todos os membros da delegação - atletas, técnicos e dirigentes - devem assinar um documento dizendo que não têm "história de doping".
"Se não assinar, eles não vão aos Jogos, não serão selecionados. O que eu não quero é que a AOC não receba um ovo em seu rosto como aconteceu como o ciclismo", disse Coates ao justificar a política de tolerância zero.
A declaração faria parte do contrato que deve ser assinado antes que alguém é selecionado para uma equipe olímpica. Coates disse que o documento poderia estabelecer penas criminais, como prisão de cinco a sete anos. Se a ideia for aprovada, atingiria os atletas para a disputa dos Jogos de Inverno de 2014 em Sochi, na Rússia, e a Olimpíada de 2016, no Rio.
"Na minha opinião nós simplesmente não podemos permitir que o nome da AOC seja atingido, como o da União Ciclística Internacional por não ter tomado todos as medidas razoável possíveis para assegurar que nenhuma pessoa em posição importante em nosso time olímpico tenha uma história de doping", disse Coates.
"Estamos tentando fazer com que os atletas percebam que os riscos reais do doping não são apenas ser pego no momento do teste, mas ser pego com outra evidência", afirmou. "Nós queremos ter certeza de não há tesouros escondidos lá atrás".
No mês passado, os dirigentes Matt White e Hodge Stephen perderam seus empregos no ciclismo da Austrália depois que admitiram o uso de doping no início de suas carreiras. A admissão aconteceu após a apresentação de evidências de que Lance Armstrong se dopou, o que levou o norte-americano a perder os seus sete títulos da Volta da França. Ele, porém, nega as acusações.
White, que antigamente era coordenador da equipe masculina de ciclismo da Austrália,
foi mencionado no relatório sobre Armstrong e confessou o uso de doping durante o seu período na equipe US Postal, do norte-americano. Assim, ele perdeu seu cargo na equipe Orica-GreenEDGE. Em 19 de outubro, Hodge, vice-presidente da Federação de Ciclismo da Austrália, deixou o cargo após admitir ter se dopado durante seu período como atleta.
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