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Mudança de hábito

O tempo em que o terço e a batina faziam parte da imagem do paraibano Lourival Luiz de Souza, de 45 anos, ficou para trás. Sacerdote durante dez anos, ele conta que mudou de vida depois que deixou a igreja católica, no ano passado. Tanto que até o dia

Da Redação

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Lourival de Souza e Maria de Fátima Fernandes da Silva se tornaram evangélicos depois serem consagrados como padre e freira
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Lourival de Souza e Maria de Fátima Fernandes da Silva se tornaram evangélicos depois serem consagrados como padre e freira
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.04.2011, 10:11:00 Editado em 27.04.2020, 20:48:38
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O tempo em que o terço e a batina faziam parte da imagem do paraibano Lourival Luiz de Souza, de 45 anos, ficou para trás. Sacerdote durante dez anos, ele conta que mudou de vida depois que deixou a igreja católica, no ano passado. Tanto que até o dia 30 deste mês, o ex-padre percorre as igrejas da Assembleia de Deus de Apucarana, Cambira, Novo Itacolomi e Rio Bom relatando seu testemunho de fé. E ele não está sozinho nesta caminhada. A agenda de pregação também está sendo cumprida pela esposa de Souza, Maria de Fátima Fernandes da Silva, 29 anos. Detentora de uma história de vida tão curiosa quanto a do marido, ela deixou de ser freira para se tornar evangélica.

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A trajetória do casal teve início no nordeste brasileiro, onde ambos vivem. Educados dentro de uma família católica, a devoção e o desejo de servir a Deus os levaram à consagração - de Souza como padre e de Fátima na Congregação Missionária da Sagrada Família, no sertão da Paraíba.


O envolvimento com a religião foi tamanho que Souza chegou até a se encontrar com o Papa João Paulo II. De Cajazeiras, município com pouco mais de 58 mil habitantes, ele foi parar na Europa. “Fui estudar Teologia por três anos em Roma e tive o privilégio de conversar com o Papa. Não eram todos os que podiam conhecê-lo”, relata.

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Souza lembra que, até a formação como padre, em 2000, tudo corria normalmente. Foi só depois da ordenação, aos 37 anos, que os questionamentos sobre a forma como ele estava evangelizando tiveram início. Nesta época, o então padre já havia atuado em oito cidades e celebrado mais de quatro mil missas.


“Comecei a sentir vontade de mudar depois de ler a própria Bíblia. Surgiam dúvidas, mas nenhum padre me explicava. Nenhum crente havia pregado para mim e os pastores já diziam que eu não pregava como padre, mas como crente", recorda ele, ao assinalar que conhecidos seus que também tinham dúvidas sobre a Bíblia acabavam se convertendo quando tentavam saná-las com evangélicos.


Conforme o missionário, não demorou muito para que ele passasse a ver o que o Evangelho dizia de outra maneira. “Conheci verdades que não conhecia. Mas, vi que o texto não condizia com o que eu estava pregando, como nas passagens de Isaías, capítulo 45, e Deuteronômio, capítulo 7, que falam sobre a idolatria a imagens”.

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Quando a crise que vivia estava no auge e Souza já pensava em deixar a batina, uma jovem freira o procurou para pedir ajuda. Insatisfeita com a vida que levava, ela queria deixar o hábito. “Queria deixar de ser freira para me tornar evangélica”, conta Maria de Fátima, hoje esposa do ex-padre.


Após o desligamento de ambos do catolicismo, a relação de afinidade entre Maria de Fátima e Souza se estreitou e eles decidiram se casar. A união aconteceu em outubro do ano passado, na igreja Assembleia de Deus, na cidade de Souza, na Paraíba. Eles esperam o primeiro filho.

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Realização plena

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Para a ex-freira Maria de Fátima Fernandes da Silva, deixar o hábito lhe abriu novas possibilidades de vida. Ela diz que, além da plenitude que sente em servir a Deus como evangélica, agora se considera uma pessoa realizada.


“Queria construir uma família, ter uma casa. Me falavam que era pecado, que eu teria que ser freira para sempre, porque tinha jurado para Deus. Mas, minha vontade era sair para ser evangélica, não continuar católica”, comenta.


Maria de Fátima entrou no convento aos 20 anos, empolgada por um sentimento de seguir a Jesus. “Achava que sendo freira estaria fazendo isso. Me dediquei, fui obediente e consagrada, em 2006, até que comecei a sentir um vazio muito grande”, lembra.


Nesta época, ela também havia conhecido o Evangelho sobre outra perspectiva. “O ponto forte era a questão da adoração nas festas de padroeiros, que eu não concordava. Eu já não conseguia mais acompanhar as atividades pastorais”.


A paz interior, conforme a missionária, só veio com a conversão. “Agora estou bem. É tudo muito novo para mim”, define.


O pastor da Assembleia de Deus, José Marcos Antunes, avalia que o relato do casal tem sido bem recebido na comunidade. “Eles estão testemunhando o que está na Bíblia. Durante as pregações, temos a presença até de seminaristas católicos, que se interessaram pela história”, pontua.

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