Diretores de escolas estaduais de Apucarana encaminharam ofício nesta semana ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), à Secretaria de Estado da Educação, da Segurança Pública e ao comando da Polícia Militar do Paraná solicitando a manutenção dos trabalhos e aumento do efetivo da Patrulha Escolar Comunitária. Um abaixo-assinado nesse sentido também deverá ser entregue às autoridades estaduais.
Atualmente, o programa, que já foi uma das principais apostas do governo do Estado, conta com um efetivo baixo. Na região, para atender as os 19 estabelecimentos de ensino estadual de Apucarana e Cambira, seis PMs se revezam. A baixa adesão preocupa diretores.
“Recebemos informações de que haveria um estudo em andamento em Curitiba sobre a viabilidade de reintegrar os integrantes da Patrulha Escolar ao trabalho de policiamento convencional e por essa razão tememos pelo fim do serviço específico desse segmento da PM, que é muito importante para a comunidade escolar e precisa ser ampliado”, avalia o diretor do Colégio Nilo Cairo, João Calegari.
Calegari reconhece que a violência chega, sim, às escolas, como reflexo do que acontece na sociedade. “Não adianta tampar o sol com a peneira, pois a violência na sociedade respinga na escola e é recorrente. Acho que sem a Patrulha a situação seria bem pior”, pontua.
Para ele, o ideal seria dobrar o número de policiais do programa, que são preparados especificamente para esse trabalho e viaturas.
A diretora do Colégio Estadual Santos Dumont, professora Mara Titericz, tem a mesma opinião. “Depois que o Pelotão Patrulha Escolar começou a atuar houve um importante trabalho de conscientização dos alunos e redução da violência, embora o número desses profissionais qualificados para o trabalho seja reduzido. Estamos com um abaixo-assinado em andamento no qual os pais pedem a permanência da Patrulha Escolar e aumento do contingente e do número de viaturas. Consideramos que o fim dessa corporação seria um retrocesso”, ressalta Mara.
Trinta ocorrências por mês
A chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana, professora Maria Onide Balan Sardinha, afirma que não recebeu nenhum comunicado sobre o possível fim das atividades da Patrulha Escolar no Paraná. “A Patrulha tem uma boa parceria com a Secretaria de Educação e grande folha de serviços prestados ao setor educacional e esse trabalho não deve ser interrompido, para o bem da comunidade escolar. Embora em número reduzido, são profissionais qualificados que ajudam muito no trabalho de segurança e disciplina no âmbito educacional”, opina Onide.
O sargento Anderson Joani, da Patrulha Escolar, afirma explica que a corporação tem como fundamento a prevenção de ilícitos penais, a parceria com a comunidade escolar e o assessoramento à direção dos colégios quanto às questões de segurança envolvendo os estabelecimentos de ensino e a comunidade escolar. “Em 2010 realizamos 2 mil visitas e 700 palestras interativas em Apucarana”, afirma. Segundo ele, são lavrados 30 boletins de ocorrência por mês.(L.D.)
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