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Planeta pede socorro

O mundo todo tem assistido a catástrofes naturais cada vez mais devastadoras nos últimos anos. Das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro ao terremoto de 8,9 graus na escala Richter seguido de tsunami que aterrorizou o Japão nesta semana, o aquecim

Da Redação

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Publicado em 14.03.2011, 09:31:00 Editado em 27.04.2020, 20:49:52
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O mundo todo tem assistido a catástrofes naturais cada vez mais devastadoras nos últimos anos. Das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro ao terremoto de 8,9 graus na escala Richter seguido de tsunami que aterrorizou o Japão nesta semana, o aquecimento global têm contribuído para alterar muito mais do que a atmosfera da Terra. Tanto que a preocupação com as ameaças vinculadas às recentes mudanças climáticas se faz tema da nova Campanha da Fraternidade, “Fraternidade e a Vida no Planeta”. É com o lema “A Criação geme em Dores de Parto”, que a Igreja também adere à luta pela superação dos problemas ambientais.

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No Vale do Ivaí, embora os moradores não tenham sofrido com grandes enchentes, erupções ou avalanches, o aumento da temperatura já tem produzido efeitos na atividade agrícola. De acordo com a engenheira agrônoma da Emater, Joana D’arc Teixeira de Faria, variedades de frutas típicas de climas mais frios passaram a integrar com êxito o cultivo de produtores da região. “Um exemplo é a maçã, que antes era mais produzida em Santa Catarina. O mesmo acontece com a nectarina e o pêssego, que se adaptaram ao clima mais ameno”, afirma.


Com o café, não tem sido diferente. “Marilândia do Sul, que era considerada um local de risco para o plantio e colheita do café, devido às geadas, também vem tendo boas lavouras”, comenta a extensionista, ao lembrar que o que tem ocorrido é uma alteração na fisiologia da planta. “Além de alguns tipos de café manifestarem características de outros alelos, já se vê café florescendo no tronco”, assinala.

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O meteorologista do Instituto Simepar, Reinaldo Kneib, explica que, nos últimos anos, a temperatura no Paraná tem registrado uma variação de meio grau centígrado por ano. Segundo ele, ainda que pareça insignificante, essa mudança pode trazer impactos ao Estado. “Isso pode favorecer para que tenhamos chuvas cada vez mais severas”, analisa. No litoral do Estado, a Defesa Civil tenta resolver os estragos causados chuva forte da quinta-feira.


A perspectiva de um futuro na Terra cada vez mais quente, em função da emissão de gases do efeito estufa, chama a atenção, conforme o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Apucarana, Edson Denobi, para a necessidade de uma mudança de atitudes cotidianas. “Hoje, o problema do aquecimento global não é nem mais uma questão de conscientização, mas de sensibilização”, define.


Ele sustenta que todas as ações humanas estão ligadas à qualidade de vida no planeta. “Por isso, é importante procurar pelo menos compensações para o meio ambiente. As pessoas podem começar plantando árvores em áreas rurais, por exemplo, para amenizar a poluição que causam a cada ano”, sugere.

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Sem desperdiçar energia

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Quanto mais desenvolvida uma comunidade, maior o seu consumo. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), o número de ligações de energia aumentou 3,6% em 2010, na comparação com o ano anterior. Também na comparação com 2009, o consumo de energia elétrica no estado cresceu 5,1%.


Os dados da região norte do Paraná são semelhantes: crescimento de 3% no número de consumidores e de 5,4% no consumo. O maior aumento no consumo foi observado no setor industrial: 7,5%.
Com tanta utilização dos recursos naturais, o mestre em agronomia Matheus Faleiros, professor do Instituto Federal do Paraná, de Ivaiporã, alerta que é preciso evitar desperdícios. “As ações no cotidiano são simples, mas ajudam, como usar a água da chuva em tarefas domésticas, passar toda a roupa de uma só vez e deixar o chuveiro no ‘morno’ durante o banho”, aponta.

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A economia advinda destes hábitos, conforme ele, demanda menos energia elétrica, e logo, provoca menos emissão de gases do efeito estufa presentes nos lagos de usinas hidrelétricas.


O presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Apucarana, Edson Denobi, atenta ainda para o uso compartilhado de automóveis como alternativa para amenizar os impactos da emissão de gases poluentes. “O trânsito está aumentando muito e a emissão de gás carbônico também”, pontua.

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Menos carne no dia a dia

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Mudanças nos hábitos alimentares também podem contribuir com o meio ambiente, segundo o professor de Recursos Naturais do Instituto Federal do Paraná, de Ivaiporã, Matheus Faleiros. Ele observa que o consumo da carne de boi, por exemplo, causa efeitos terríveis à atmosfera, devido ao gás metano emitido pelos animais.


“O Brasil é um dos maiores consumidores de carne bovina. Se as pessoas começassem a substituir a proteína de origem animal pela proteína de soja, ou pela carne de frango ou peixes, isso poderia ajudar a reduzir a poluição”, salienta.

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Ao mesmo tempo, Faleiros aponta que é a população precisa fazer mais do que adotar medidas de redução de energia ou fazer a coleta seletiva. “As pessoas têm que começar a cobrar vereadores, prefeitos e deputados, para que eles também tomem atitudes e invistam em pesquisas na área. Na verdade, os cientistas já têm muito claro que o efeito estufa trará impactos seríssimos, mas o governo ainda não tomou medidas efetivas sobre isso”, analisa.


Tema foi definido há dois anos


Lançada nesta semana, a Campanha da Fraternidade deste ano evidencia a busca pelo fim da deterioração ambiental. O coordenador Diocesano de Ação Evangelizadora, padre Paulo do Amaral, explica que essa já é a quarta vez que a temática é abordada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


“A primeira vez foi em 1979. As campanhas abordaram desde a questão da água à Amazônia. A repercussão sempre foi muito boa. O tema deste ano, que tem haver com o aquecimento global, foi escolhido há dois anos”, recorda.


Desta vez, a Campanha da Fraternidade colaborará também, conforme Amaral, para as discussões em torno do Código Florestal e a sustentabilidade como foco no desenvolvimento. “Se tivermos um desenvolvimento às custas da degradação do planeta, vamos comprometer nossas gerações futuras. Por isso, se tivermos uma nova vida, esse sacrifício será válido”, avalia.
A coleta solidária da campanha deste ano acontece no dia 17 de abril.

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