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Maternidade tardia, um fenômeno mundial

O sonho de ser mãe não segue os sinais biológicos do corpo. Não envelhece. Adapta-se a novas circunstâncias e se rende às inovações da Medicina. Afinal, as mulheres transpuseram limites nas últimas décadas. Atualmente, elas correspondem a 57,1% dos alu

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Publicado em 23.08.2010, 12:19:00 Editado em 27.04.2020, 20:58:13
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O sonho de ser mãe não segue os sinais biológicos do corpo. Não envelhece. Adapta-se a novas circunstâncias e se rende às inovações da Medicina. Afinal, as mulheres transpuseram limites nas últimas décadas. Atualmente, elas correspondem a 57,1% dos alunos matriculados em cursos universitários. Buscam estabilidade financeira e reconhecimento profissional. Só depois pensam na maternidade, o que geralmente ocorre por volta dos 35 anos. A expectativa de vida maior também tem motivado a adiar a gestação. Atualmente, a população feminina vive em média 76,71 anos, contra 69,11 da masculina.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres que engravidaram com 40 anos ou mais aumentou 27% entre os anos 1991 e 2000. Ainda de acordo com a pesquisa, 59,1% dessas mães, de primeira gestação, com idade entre 40 e 49 anos, têm oito anos ou mais de estudo e pertencem a famílias com rendimento mensal familiar superior a 10 salários mínimos. Além disso, 58,8% são economicamente ativas e 79,3% tinham relacionamento afetivo estável ou já tinham experimentado uma união durável no passado.

Os prós e os contras de adiar a gestação

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O novo perfil socioeconômico conquistado pela mulher não altera em nada seu cronograma natural de fertilidade. Após os 35 anos, as chances de engravidar naturalmente reduzem drasticamente. A qualidade dos óvulos cai, aumentando o risco de má-formação fetal. Entretanto, isto não é sinônimo de impedimento para a realização de ser mãe. “A medicina evoluiu muito e disponibiliza técnicas que ajudam a inverter esse quadro”, afirma o médico ginecologista e obstetra Carlos Henrique Lemos Freire, 35 anos, de Apucarana.

O ginecologista e obstetra, Enéias Peres Prado, de Arapongas, também confirma que a medicina oferece os suportes necessários, como exames complementares laboratoriais, ultra-sonográficos.”Principalmente entre a 10 e 14 semana de gestação, medindo a translucência nucal e presença do osso nasal para diagnosticar possíveis síndromes”, anota. Ele acrescenta que em torno da 20 semana se faz ultra-som morfológico em busca de malformações. “A partir daí se faz ultra-som com Doppler, o que nos orienta sobre a saúde e bem estar circulatório e metabólico fetal”, diz.

Especialista em videolaparoscopia ginecológica, Freire explica que o primeiro passo para a mulher que deseja ser mãe é procurar um profissional para uma avaliação clínica e dar início ao tratamento. Segundo Freire, as principais causas de infertilidade estão associadas a cirurgias, miomas, doenças sexualmente transmissíveis, infecções urinárias e endometriose.

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Quando a fertilização não ocorre de forma natural, as técnicas mais buscadas são a inseminação e fertilização in vitro. “O método mais avançado e com maiores chances de resultado satisfatório é a fertilização in vitro”, avalia o médico. O valor do procedimento gira em torno de R$ 18 mil, enquanto a inseminação custa, em média, entre R$ 3 e 4 mil a cada três tentativas. “Hoje em dia não há limite de idade para a maternidade. A mulher pode ser mãe até na menopausa. Não vejo impedimento para privá-la desta realização”, diz.

CUIDADOS REDOBRADOS

No entanto, Freire alerta que os cuidados precisam ser redobrados. “O risco de diabetes e hipertensão aumentam. É uma gravidez de alto risco, que precisa de acompanhamento constante. O pré-natal, nesses casos, segue um cronograma específico. O número de consultas e exames praticamente dobra”, frisa.

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Prado acrescenta que as gestações nas extremidades da vida reprodutiva são consideradas de alto risco pelo aumento no perigo da ocorrência de abortamento, hipertensão arterial, parto prematuro, ruptura da bolsa amniótica, descolamento prematuro da placenta. “Após os 35 anos também há aumento no risco das cromossomopatias, tal como a Síndrome de Down”, afirma Prado.


As gestantes nessa faixa etária também são mais preocupadas. “No decorrer dos meses, elas vão se tranquilizando”, observa Freire. Mesmo com todos os avanços na área da Medicina, ele aconselha as mulheres a optar pela gestação antes dos 40 anos. “Vai ser uma gravidez mais tranquila, com menos riscos para ela e para o bebê”, observa.

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Freire ainda deixa algumas dicas para manter a fertilidade por mais tempo. “Levar uma vida saudável, sem excessos, praticar atividades físicas e tratar de forma adequada as infecções urinárias e pélvicas são aspectos fundamentais”, recomenda.

Chances de engravidar após um ano de tentativas

Até 25 anos 75%
26 a 30 anos 65%
31 a 35 anos 50%
36 a 40 anos 12%
41 a 42 anos 8%
43 a 45 anos 1%

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS)

Síndrome de Down

Até 35 anos ____________ 0,1 a 1 %
de 35 a 39 anos_________ 1,5 %
de 40 a 45 anos_________ 2,5 %
acima de 45 anos_______ 4,5 %

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