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A ficha não caiu, diz pai que perdeu 3 filhas em deslizamento

Ainda em estado de choque, o pintor Igor Brito de Moura, de 30 anos, observava o trabalho de resgate dos moradores do Morro do Beltrão, em Niterói, na manhã desta quarta-feira (7), e tentava entender a perda das três filhas que morreram soterradas no d

Da Redação

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Escombros arrastam árvore no Morro do Beltrão, em Niterói
Icone Camera Foto por Carolina Lauriano/G1
Escombros arrastam árvore no Morro do Beltrão, em Niterói
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.04.2010, 13:30:00 Editado em 27.04.2020, 21:05:01
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Ainda em estado de choque, o pintor Igor Brito de Moura, de 30 anos, observava o trabalho de resgate dos moradores do Morro do Beltrão, em Niterói, na manhã desta quarta-feira (7), e tentava entender a perda das três filhas que morreram soterradas no deslizamento de terra que atingiu o local. “A ficha ainda não caiu. Doideira isso”. Essas foram as únicas palavras que ele, emocionado, conseguiu dizer.

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As meninas tinham 10, 5 e 3 anos. Igor e a esposa estavam em Friburgo, na Região Serrana do Rio, quando souberam do desastre. As filhas estavam com a mãe dele, que foi retirada com vida e passa bem. O pintor só conseguiu chegar em Niterói no fim do dia de terça (6), devido às dificuldades de acesso nas estradas. A mulher dele teve que ser medicada e ele vai passar o dia resolvendo burocracias de velório e enterro.

Outras quatro pessoas morreram no Morro do Beltrão, devido ao temporal que atingiu o Rio de Janeiro, sendo mais uma criança, uma jovem de 15 anos e um casal de adultos, que seriam pais da menina. Cobertos de lama, os moradores continuam empenhados em encontrar mais cinco desaparecidos.

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Solidariedade

O clima é de angústia e muita revolta com o poder público, que até o momento não chegou ao local. Eles usam enxadas e alguns deles ajudam até mesmo descalços. Vizinhos ajudam com fornecimento de água, café e biscoitos para os que trabalham nos escombros. Outros levam roupas e comida para o abrigo.

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Uma equipe do Programa Médico de Família esteve no local para prestar primeiros socorros e dar suporte às famílias. Segundo as profissionais, muitos moradores apresentaram pressão alta devido à situação de caos na região.

De acordo com João Menezes, presidente da associação de moradores do bairro, cerca de 40 famílias estão desabrigadas e foram encaminhadas para o Colégio Estadual Guilherme Briggs, também em Santa Rosa.


“Perdi uma cunhada, uma sobrinha e ainda estão desaparecidos um sobrinho e mais um cunhado”, contou o enfermeiro Samuel França, de 37 anos, que conseguiu resgatar com vida um irmão, na terça. Ele está internado em coma no Hospital Santa Marta, no mesmo bairro.

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Perigo nos escombros

Mesmo sem técnica, os moradores do Beltrão afirmam não ter medo de procurar por sobreviventes. “Técnica ninguém nunca tem, mas pobre quando morre em uma comunidade, a gente tem que aprender de repente. O maior medo era a rede elétrica, que está desligada. Agora, é só a força de Deus”, afirmou Samuel.

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"O maior problema é a agilidade do poder publico. Defesa Civil e Corpo de Bombeiros é que deveriam fazer o trabalho. Ontem eles vieram muito tarde, trabalharam só de 12h às 16h e não houve avanço", reclamou o presidente da associação de moradores João Menezes.

Segundo os moradores, a Defesa Civil só apareceu às 12h de terça, quando os corpos já tinham sido resgatados e, chamados novamente nesta quarta (7), ainda não chegaram ao local. A Defesa Civil de Niterói não se pronunciou sobre o assunto.

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