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Amor através do vidro da incubadora

Passada a gestação, muitas mães são obrigadas a tirar forças sabe-se lá de onde para suportar o tempo longe do filho que acabou de sair de seu ventre. Algumas crianças não chegam a ser geradas durante nove meses e, ao nascerem prematuras, são levadas p

Da Redação

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Elizabete Maria de Oliveira aguarda a recuperação da filha
Icone Camera Foto por Delair Garcia
Elizabete Maria de Oliveira aguarda a recuperação da filha
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.06.2010, 10:24:00 Editado em 27.04.2020, 21:00:43
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Passada a gestação, muitas mães são obrigadas a tirar forças sabe-se lá de onde para suportar o tempo longe do filho que acabou de sair de seu ventre. Algumas crianças não chegam a ser geradas durante nove meses e, ao nascerem prematuras, são levadas para Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. A partir de então, a espera para poder amamentar e ter os pequenos nos braços não é nada fácil.


Aos poucos, a família tem que se acostumar com a imagem de um bebê frágil, magrinho e conectado a aparelhos em uma incubadora. É preciso ter esperança pela recuperação da criança e aguardar o dia em que se poderá levá-la para casa.

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A apucaranense Elizabete Maria de Oliveira, de 32 anos, vivenciou este drama. Depois de dar à luz no Hospital da Providência Materno Infantil, ela esperou mais de 20 dias por melhoras da filha Anna Julya, que nasceu com 32 semanas e 1,7 quilos. Durante esse período, Elizabete visitou a filha duas vezes por dia e agora espera que o bebê receba alta do berçário onde segue internado para ganhar peso. “Tiro o leite em casa e trago para ela. Mas, apesar de não podermos ficar juntas, sei que ela está sendo bem cuidada, que vai ficar bem”, pontua.


A auxiliar de costura Claudilaine Regina do Carmo, de 31 anos, também passou pela mesma situação. Moradora de Bom Sucesso, ela tentou driblar a falta da pequena Caroline com as perspectivas do tratamento que a criança vem recebendo. “É complicado ficar longe, mas a saúde dela vem em primeiro lugar”, emociona-se. O bebê dela teve alta ontem.

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Lidar com a angústia das mães durante este período também exige uma postura humanizada dos profissionais de saúde ligados ao tratamento dos bebês. Uma das enfermeiras responsáveis pela UTI neonatal do Hospital da Providência, Érica Sanches, relata que é preciso fazer um trabalho especial com a família das crianças. Isso porque o carinho dos pais é fundamental no processo de recuperação dos internos.


“Pesquisas científicas mostram que bebês prematuros ou com problemas de saúde se recuperam mais rápido quando estão próximos da família, o que possibilita que eles recebam amor, calor e o leite materno, elementos vitais para saúde destas crianças”, analisa.


A equipe multidisciplinar do hospital orienta as famílias à estimulação tátil, visual e auditiva dos recém-nascidos. Os profissionais oferecem suporte à mãe para favorecer o vínculo entre ambos, já que existem sempre dúvidas e receios ao tocar o bebê. “Isso é importante para auxiliar a mãe a aconchegar o bebê, porque ajuda na recuperação. O contato direto com a mãe pode substituir a incubadora hospitalar”, completa a enfermeira.

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Profissionais criam vínculos


A permanência de recém-nascidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal pode levar semanas. Em Apucarana, no Hospital da Providência Materno Infantil, há crianças que passavam de dois dias a três meses no local, conforme a patologia pela qual foram acometidas. A maioria dos casos tem a ver com problemas durante a gravidez como a pré-eclampsia e o deslocamento prematuro de placenta.
“Criamos vínculos com muitos prematuros, como um menino que nasceu de 24 semanas. Ele veio junto com um irmão gêmeo, que não sobreviveu. Vimos que a recuperação dele foi um milagre”, recorda a enfermeira Érica Pimenta.


Ela conta que é comum que bebês que pesam menos de um quilo sejam encaminhados à UTI neonatal. “Eles vão para incubadora para ganhar peso. Mesmo assim, ao receberem alta, são levados para um berçário anexo à UTI. Eles ainda precisam ficar internados por mais alguns dias antes de ir para casa”.
A entrega dos recém-nascidos aos pais também é precedida de uma série de recomendações. “O tratamento não termina no hospital. Por isso, as crianças saem encaminhadas para os especialistas necessários”, assinala Érica. Seguir as orientações médicas também é essencial para que a estada dos bebês em casa seja tranquila.

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Leite materno


Semelhante à temperatura encontrada no corpo da mãe, as incubadoras oferecem subsídios para que os recém-nascidos prematuros ganhem peso e se recuperem. Em Apucarana, são oito leitos disponíveis a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).


“Os bebês podem receber oxigênio, soro e outros medicamentos, de acordo com suas necessidades. Em alguns casos, quando há o desenvolvimento de ecterícia, também é preciso aplicar a fototerapia”, explica a enfermeira da UTI neonatal do Hospital da Providência Materno Infantil, Érica Pimenta.


Durante a permanência dos prematuros no espaço, é necessário alimentá-los com leite materno. Bem por isso, o hospital incentiva as mães a produzirem leite para os filhos. “Existe também uma campanha no município que visa a doação de leite materno. Na região, a cidade do Vale do Ivaí que mais nos ajuda é Jandaia do Sul. A parceria é feita através do projeto Bombeiro Amigo da Criança”, salienta a enfermeira.

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