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Autor de Amor e Revolução nega inspiração em Dilma Rousseff

O período da ditadura militar será, pela primeira vez, o pano de fundo de uma novela no Brasil. "Amor e Revolução" estreia no dia 4 de abril no SBT com a responsabilidade de tentar conquistar o público sem desagradar quem viveu a época.   Escrita p

Da Redação

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 Tiago Santiago, autor da novela "Amor e Revolução", em seu escritório em Ipanema
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Tiago Santiago, autor da novela "Amor e Revolução", em seu escritório em Ipanema
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.02.2011, 11:15:00 Editado em 27.04.2020, 20:50:48
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O período da ditadura militar será, pela primeira vez, o pano de fundo de uma novela no Brasil. "Amor e Revolução" estreia no dia 4 de abril no SBT com a responsabilidade de tentar conquistar o público sem desagradar quem viveu a época.

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Escrita por Tiago Santiago, 47, a trama conta uma história "à la Romeu e Julieta", só que nos anos de chumbo. A mocinha, estudante e engajada, vai se apaixonar por um militar, filho de um general.

Para dar veracidade à trama, pessoas que viveram "histórias fortes" no período, incluindo a presidente Dilma Rousseff, foram convidadas a falar de suas experiências em depoimentos que irão ao ar no final de cada capítulo.

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Consultada, a assessoria de imprensa da Presidência afirmou que a participação "não está nos planos dela".

Confira trecho da entrvista feita pela Folha

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Folha - Uma das pessoas que você gostaria que participasse da novela é a presidente Dilma Rousseff. Já recebeu algum retorno?
Tiago Santiago - Nós convidamos. A notícia que eu tive é que ela vê com simpatia o convite. Eu tenho a impressão de que ela tem uma responsabilidade muito grande como presidente e quer ver o produto antes de se comprometer definitivamente. Agora, o José Dirceu vai dar o depoimento dele e várias companheiras da Dilma que ficaram presas com ela. Espero que ela grave um depoimento até o fim da trama.

Comenta-se que há uma personagem que é inspirada na Dilma...
Isso não é verdade. Não existe nenhum personagem inspirado especificamente em uma pessoa real. Tem gente que diz que a Maria [personagem de Graziella Schmitt] é a Dilma. Não é. A Dilma não se apaixonou por um militar. Então, a Dilma é a Jandira [personagem de Lúcia Veríssimo], que gostava de um outro guerrilheiro? Sim, tem mais semelhanças com a Jandira. Agora, assim como a Dilma, várias outras mulheres seguiram esse caminho. Qualquer pessoa que tenha ido para a luta armada vai se identificar com um trecho ou com outro. Nem estudei a vida da Dilma a esse ponto. Qualquer semelhança será mera coincidência.

Muitas das pessoas que viveram no período, tanto repressores quanto reprimidos, ainda estão vivas. Você sofreu pressão de algum dos lados?

Eu tenho conhecido muitas pessoas que na época foram para a luta armada. Sinto que existe uma vontade muito grande de quem lutou de ver a coisa bem retratada. Essas pessoas não têm medo de falar. Às vezes, é difícil, quando é uma lembrança muito sofrida. Por exemplo, relembrar uma tortura. Já do outro lado, eu encontro silêncio. Existe a vontade de entrevistar essas pessoas também, mas ainda não conseguimos. De qualquer forma, o discurso dos torturadores, de quem achava que estava salvando o Brasil de uma ditadura do proletariado, também vai estar presente, como estava na época.

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Você ou alguém da sua família chegou a militar contra a ditadura?

Eu sou de uma família de classe média que não gostava de viver numa ditadura. Nasci um ano antes do golpe, então eu vivi a minha infância na época dos generais. Ninguém da minha família chegou a ir para a guerrilha. Eu tenho um tio que é militar, mas que eu acredito que não teve nenhum envolvimento com a repressão. Meu irmão Gerardo, muito novo ainda, chegou a ir para a Libelu [Liberdade e Luta], que foi criada depois da queda de várias organizações que pregavam a luta armada. Eu lembro que, com 13 ou 14 anos, ele me levou para uma ou duas reuniões.

Por que você resolveu falar sobre esse período?

É um período em que houve muitas injustiças e muitas perseguições. Esse é um material de muita riqueza para a teledramaturgia. Ao mesmo tempo, a televisão tinha feito pouca coisa com o tema. Essa história já vem de quando eu era colaborador na Globo. Eu tinha apresentado o tema, não exatamente com a mesma sinopse [a Globo confirmou ter recebido a história]. Na época eu não conseguia emplacar novela. Eu sempre competia com gente que tinha feito 30 novelas, e eu não tinha feito nenhuma.

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