Cibele Dorsa diz ter encontros espirituais com namorado morto

Há duas semanas da tragédia que abalou Cibele Dorsa, depois que seu noivo, o apresentador Gilberto Scarpa se matou, pulando do sétimo andar na sua frente, a atriz teve uma conversa reveladora com O Fuxico e contou que tem visto o noivo em sonhos e até tem encontros espirituais com o falecido. Ainda muito abalada, ela revela que tem tomado remédios para dormir e que Gilberto tem suplicado por seu perdão.

”A imprensa tem falado que eu estou recuperada, mas não é assim. O fato de eu ser uma mulher forte, ter escrito livros, passado por outras tragédias, não anula meus sentimentos. Eu estou tendo acompanhamento psiquiátrico, tomando remédios fortíssimos e nem com eles eu consigo dormir. Sempre sonho com o Gilberto, não sei se são sonhos ou encontros espirituais, já que sou espírita. Ele sempre aparece me pedindo perdão, fala que queria ter sido forte como eu e que acabou jogando fora nosso ‘pra sempre’ para um ‘nunca mais’. Eu comecei a ter esses encontros uma semana depois da morte dele, porque o espírito fica dormindo principalmente pela forma como ele se foi.”

Cibele acha que o espírito do noivo não consegue descansar em paz, por ele mesmo não se perdoar, e relembra que já citou casos de encontros espirituais em seu livro Cinco da Manhã.

“Eu já o perdoei, falei para ele que já perdoei, mas ele não se perdoa por ter me deixado, talvez isso faça com que o espírito dele não consiga descansar em paz. Eu já falei sobre esses encontros no meu livro Cinco da Manhã, já tinha acontecido outras vezes.”

Sem coragem de mexer nas coisas de Gilberto, a atriz diz que ainda preserva todas as coisas dele, exatamente onde ele deixou, e conta que colocou à venda o seu apartamento, onde tudo aconteceu.

“Tudo está aonde ele deixou, as roupas dele e tudo. Meu maior erro foi ter competido com as drogas. Pretensiosamente achava que conhecia muito bem a personalidade masculina, achava que ele iria largar a cocaína por causa de mim e não foi o que aconteceu. Coloquei meu apartamento à venda, não da para ficar nele com todas as lembranças que tenho de nos dois juntos.”

No dia do suicídio, Cibele contou que Gilberto chegou alterado e ela tentou fazer de tudo para que ele parasse de ter atitudes estranhas.

“Ele entrou em casa alterado, eu fazia tudo para ele se manter calmo, mas já tinha percebido que ele tinha usado drogas. Ele queria que eu ficasse com ele e mais uma garota, então chamou uma garota de programa, mesmo eu estando contrariada. Quando ela chegou, ele já não queria mais nada. Pediu para que ela fosse comprar droga com ele, eu não deixei, até que começamos a brigar."

A atriz diz que foi nesse momento que Gilberto se descontrolou e pulou do sétimo andar: “Ele insistia falando que eu não o amava, que não iria casar com ele e eu decidi concordar, falei que se ele gostava da cocaína, ele ficaria com ela e eu estava partindo. Nisso ele correu e se jogou”, relembra a história com detalhes. “Eu nunca vou esquecer isso, desci as escadas correndo, fui até onde ele estava caído, ele ainda tinha uma pulsação mínima, mas já estava inconsciente."

A família do apresentador deu todo o apoio à atriz, já que sabia de seu esforço para tirá-lo das drogas. Cibele conta ainda que sempre percebeu que Gilberto tinha problemas com autoestima, mas nunca imaginou que chegaria a esse ponto.

“A família dele sempre me apoiou, depois da tragédia, eu dormi na casa do meu sogro, eles sempre souberam que eu tentava tirar ele disso. Ele estava bem, o tempo que namoramos (sete meses), ele teve uma recaída só. Pelo que eu sei, o problema com drogas piorou aos 16 anos quando os pais se separaram, mas sempre notei que ele tinha problemas com a autoestima, ele sempre falava que eu não o amava, que eu não iria casar com ele, e isso era o que eu mais queria.”

Das boas lembranças, Cibele diz que vai ficar em sua memória os momentos que viveram juntos, principalmente na hora de dormir, quando deitavam e criavam projetos como peças de teatro.

“Nós tínhamos vários projetos juntos, a hora de dormir, para mim, é a pior, porque sempre deitávamos juntos e criávamos. Tínhamos duas peças escritas já, a gente escrevia ali mesmo, a mão. Era muito divertido compartilhar minhas ideias com alguém tão parecido comigo. Nós tínhamos um lado infantil em comum, um com o outro, não quero deixar esse meu lado criativo morrer.”

Mesmo passando por essa má fase, Cibele tenta se reerguer se apoiando no trabalho, mas diz que ainda vai demorar para ficar 100%.

“Eu estou ensaiando uma peça infantil em que faço uma princesa, às vezes consigo desligar disso totalmente, já que ensaio seis horas por dia, mas tem dias que meu diretor fala que a princesa está triste e que ela tem que se animar. Eu tôo oscilando, dias bons, dias péssimos, não estou recuperada como todos acham. Vai demorar muito para eu me recuperar totalmente, mas estou me apoiando no trabalho para tentar não pensar tanto”.