A notícia sobre a licença médica de Steve Jobs, anunciada nesta segunda-feira (17), surge no momento em que a Apple se prepara para enfrentar uma competição mais dura em setores importantes para a empresa, como o de celulares e o de tablets, como o iPad.
A saúde de Jobs preocupa porque ele é considerado o responsável pelas revoluções causadas pela Apple em vários mercados na última década, como a criação do iPod, que mudou drasticamente o mercado musical, do iPhone, responsável por alavancar o setor de celulares inteligentes, e, mais recentemente o tablet iPad. O problema é que o executivo não tem substituto.
Lideradas pela Samsung, empresas asiáticas de tecnologia parecem bem posicionadas para desacelerar o sucesso frenético da Apple. Além disso, a ameaça do sistema operacional Android, do Google, é cada vez mais forte – o programa vem sendo escolhido para equipar rivais tanto do iPhone quanto do iPad.
Lee Seung-woo, analista da Shinyoung Securities, diz que "a Samsung representa a melhor alternativa para investidores que desejem exposição ao setor de tecnologia, porque no momento é a maior ameaça à Apple".
– Não haverá mudanças fundamentais na Apple, mas a notícia de que Jobs está tirando licença pode prejudicar as ações da empresa por motivos psicológicos e oferecer uma oportunidade para que os investidores realizem os lucros obtidos com as ações, depois da grande alta recente.
O anúncio da Apple (uma surpresa divulgada em um dia em que os mercados estavam fechados nos Estados Unidos por causa de um feriado) causou queda de mais de 6% nas ações da empresa nos mercados europeus ontem.
A Samsung, sob a liderança da família Lee, se tornou uma das maiores marcas mundiais e, no momento, tem valor de mercado de R$ 230 bilhões (US$ 136 bilhões), o que equivale aos valores somados da Sony, Nokia, Toshiba e Panasonic. Ainda assim, seu valor de mercado é inferior aos R$ 545 bilhões (US$ 320 bilhões) atingidos pela Apple.
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