MAIS LIDAS
VER TODOS

Entretenimento

Carolina Dieckmann diz que seria uma ousadia do autor matar a mocinha

Numa tarde de setembro, sozinha em sua casa, Carolina Dieckmann arregalou os olhos diante da cena escrita em um dos capítulos de "Passione". Sem preparar a atriz para ler tão duras palavras, o autor Silvio de Abreu havia escrito: "Diana não tem tempo d

Da Redação

·
 Carolina Dieckmann
Icone Camera Foto por Google - imagem ilustrativa
Carolina Dieckmann
Escrito por Da Redação
Publicado em 24.10.2010, 15:34:00 Editado em 27.04.2020, 20:55:51
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Numa tarde de setembro, sozinha em sua casa, Carolina Dieckmann arregalou os olhos diante da cena escrita em um dos capítulos de "Passione". Sem preparar a atriz para ler tão duras palavras, o autor Silvio de Abreu havia escrito: "Diana não tem tempo de pronunciar o nome do agressor. Um tiro certeiro sai de um revólver com silenciador e estoura o seu peito". Não restava dúvida: era o ponto final da heroína na trama das 21h.

continua após publicidade

- Parecia que alguém tinha me dado um soco. Li e reli. Fiquei um tempo sem ar, olhando aquilo... Depois, percebi o quanto era incrível e corajoso da parte do autor. Eu ia ser a primeira mocinha a morrer numa novela. Fiquei animada - diz.

continua após publicidade

Mas tudo não passava de uma pegadinha de Abreu, que afirma que desde o início já havia escolhido Saulo (Werner Schunemann) para morrer. Faltou dividir seus planos com a atriz... Até o assassinato do executivo malvado ir para o ar no último dia 11, Carolina - que assim como Reynaldo Gianecchini, Mayana Moura e Marcello Antony também gravou a morte de sua personagem numa manobra do autor para confundir elenco e público - não descartava a possibilidade de ser o alvo escolhido.

- Um dia depois de ler a cena, cheguei ao Projac e algumas pessoas já me diziam que eu não iria morrer na novela, que o Silvio não escreveria isso num bloco de capítulos onde todo mundo teria acesso - conta ela, que nesse curto espaço de tempo não chegou a questionar se sua personagem estaria sendo limada da novela por estar desagradando: - Seria muito grave se uma mocinha de uma trama das oito não funcionasse a ponto de ter que ser morta. Pelo contrário, as pessoas me veem na rua e falam: "Mauro (Rodrigo Lombardi) tem que ficar com Diana" ou "Mata a Playmobil", como elas chamam a Melina (Mayana Moura).

Carolina afirma que não ligou para o autor pedindo para permanecer na história. Já Abreu diz que a procurou depois de ter enviado o capítulo falso:

continua após publicidade

- Procurei para dizer que, sim, ela iria morrer, como fiz com todos os outros envolvidos, cada um de um jeito. Para o Gianecchini escrevi uma carta de despedida. Foi tanto trabalho para esconder esse segredo que já estava quase matando quem inventou essa história - diverte-se o autor.

Mas o que anda acontecendo no mundo da ficção a ponto de a mocinha - mesmo que seja como uma estratégia para badalar a atração - ter sua vida ameaçada? Apesar de ter colocado Diana na "mira", Abreu ainda acredita que esse papel é imprescindível num folhetim:

- Só que, talvez, não haja mais espaço para aquela que só chora e fica esperando o príncipe encantado. Diana tem atitude e não sente vergonha de dizer que errou - explica ele, satisfeito com o desempenho de Carolina: - Não poderia ter escolhido melhor. Além de linda, soube captar e imprimir a verdade que a personagem pedia.

continua após publicidade

O fato é que, no thriller das oito, o papel do telespectador não se resume apenas a acompanhar o desenrolar de uma história de amor vivida pelo casal bonzinho. Na trama, não faltam ingredientes capazes de atrair o público: é a avó cafetina; o italiano apaixonado pela vigarista; uma mãe que reencontra seu primogênito; outra que rouba o namorado da filha; um esportista dependente de drogas; um piloto com problemas sexuais...

- No passado, a maior emoção era esperar o final feliz. Hoje, é mais difícil chamar atenção mostrando o quanto é bom lutar por um amor. Sem falar que, nessa novela, os vilões estão bem fundamentados. Têm um porquê de agirem assim. O Fred (Gianecchini) quer acabar com a metalúrgica porque viu o pai se matar. É compreensível, por mais que a gente não concorde. Já Diana trocar um homem pelo outro ninguém entende. Por que ela se achou no direito de querer os dois a seus pés? O público ficou revoltado - acredita Carolina.

continua após publicidade

A atriz sai em defesa de sua personagem:

- É toda essa dificuldade que existe em fazer uma mocinha que me faz cada vez mais achar legal encarar esse papel. Diana não é uma chata. É uma pessoa comum, o que torna o trabalho desafiador. Tive que abrir mão do meu brilho próprio, da minha espontaneidade - justifica ela, dando um exemplo de que o esforço tem valido a pena: - Não sinto rejeição. Passei por uma obra e fui chamada de Diana. Se me chamassem de gostosa não me deixariam tão ouriçada quanto isso. Sei que aquele cara imagina o meu nome, mas o ímpeto de olhar para mim e me chamar de Diana é um presentão.

A atriz também não se queixa do espaço que sua personagem ocupa no enredo:

continua após publicidade

- Não vejo Diana sendo tratada como uma coadjuvante. E não tenho vaidade em relação a quantas cenas tenho por capítulo. O meu interesse é contar a história dessa menina. Não é fazer sucesso ou lançar um bordão.

Carolina fala com a segurança de quem exibe o rosto na tela há 17 anos e protagonizou cenas inesquecíveis como a de Camila, em "Laços de família", quando comoveu o país ao ter os cabelos raspados em frente às câmeras:

- Não vejo ninguém que tenha uma importância desse tamanho nesta novela. Hoje, se me perguntarem quem em "Passione" tem o mesmo peso que Camila tinha em "Laços", eu não saberia responder.

O certo é que, já que escapou da morte, Diana vai ter que fazer jus ao posto de mocinha. Em outras palavras: sofrer um bocadinho. Nos próximos capítulos, o sonho de se casar com Mauro estará ameaçado. Abreu é quem conta:

- Noronha (Rodrigo dos Santos) vai morrer e, como única testemunha da briga entre ele e Mauro, Melina vai chantagear a jornalista. Se ela se casar, a estilista irá à delegacia contar que foi Mauro quem o matou. Diana terá que escolher entre o casamento e a liberdade de Mauro. Agora, se ela será feliz para sempre, só o tempo dirá...

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Entretenimento

    Deixe seu comentário sobre: "Carolina Dieckmann diz que seria uma ousadia do autor matar a mocinha "

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!