Euforia é a melhor palavra para definir o show da banda teen Restart. Por parte de milhares de crianças e adolescentes ansiosos para ver os ídolos, das mães e pais preocupados com seus filhos e dos membros da produção que tentavam controlar a fila que se formou na frente da casa de festas Blue Angel e seguia pela Abdias de Carvalho até a Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) no último sábado.
A confusão na entrada foi tão grande que algumas crianças passaram mal. "Eu fiz de tudo para vir a esse show. Por causa desse tumulto, não valeu a pena", desabafou entre lágrimas Tamyres Pimentel, de 14 anos. Ao lado dela, Daiane Cássia, da mesma idade, chorava por causa da dor no pé machucado por um carro. "Chegamos cedo para comprar o ingresso do camarim. Até agora, não sei de nada. No próximo, minha filha não vai", comentava indignada Maria do Carmo Ventura, que chegou às 9h. Nas apresentações do Restart, os fãs que pagam uma taxa têmdireito a tirar foto com os ídolos jovens após a apresentação. Desta vez, entretanto, eles não abriram o camarim. Maria do Carmo ainda denunciou que não foram solicitados documentos, apesar da exigência de acompanhante para menores de 16 anos.
A produção defende que a desordem foi causada pelo público. "Cheguei às 15h30 para organizar as baias, mas o tumulto não deixou", explicou Eduardo Pereira, sócio da produtora Sunsent, sobre a fila que só acabou por volta das 18h. Mesmo após a montagem das baias, que permitia a formação de quatro filas, o público continuava passando individualmente por uma pequena brecha no portão.
Passadas as horas e o tumulto, o momento tão esperado por todos: ver os coloridos Pe Lanza (voz e baixo), Pelu (voz e guitarra), Koba (voz e guitarra) e Thominhas (bateria e synth) no palco significava a realização de um sonho para o público teen, mas também o alívio para os pais que esperavam desde o início da tarde.
Pe Lanza é um showman. No palco, parece estar em casa. Pulos, caretas, coreografias - incluindo uma imitação de Michael Jackson com direito a moon walk - e, principalmente, conversas com a plateia. A paixão das meninas pelos quatro integrantes do grupo é incentivada a cada dez minutos, no máximo. Declarações como "A gente tava morrendo de saudade de vocês", "Recife só tem mulher bonita. Desse jeito eu vou ficar aqui", "Tem quatro solteiros aqui no palco. Será que a gente tem alguma chance com vocês?" eram seguidas por gritos enlouquecidos.
A quantidade de garotas chorando aumentava à medida que se aproximava dos ídolos. Entre as que conseguiram chegar à estrutura de madeira que separava o público do palco, algumas soluçavam entre as lágrimas, além das quase dez que precisaram de auxílio do grupo de resgate por falta de ar no meio da multidão.
As letras das músicas (que, aliás, dificilmente se entendiam entre o alto som dos instrumentos) estavam na boca de todos, que acompanhavam em voz alta. Após a saída da banda Restart do palco, os gritos se voltavam para a equipe de segurança e produção. Dessa vez, pedindo as pulseiras coloridas que caíram no chão durante a perfomance do quarteto.
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