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Aos 15 anos, Carla Bruni decidiu que conquistaria Mick Jagger

É provável que a primeira-dama da França, Carla Bruni, esteja furiosa com a publicação, esta semana, de A história, Carla: Une Vie Secrète, uma biografia não-autorizada escrita pela jornalista francesa Besma Lahouri. Depois de um ano e meio de pesquisa

Da Redação

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 Carla Bruni
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Carla Bruni
Escrito por Da Redação
Publicado em 18.09.2010, 09:48:00 Editado em 27.04.2020, 20:57:19
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É provável que a primeira-dama da França, Carla Bruni, esteja furiosa com a publicação, esta semana, de A história, Carla: Une Vie Secrète, uma biografia não-autorizada escrita pela jornalista francesa Besma Lahouri. Depois de um ano e meio de pesquisa e mais de 100 entrevistas – nenhuma delas com a própria Carla, que teria negado o pedido –, Besma descreve uma mulher muito diferente da figura discreta e elegante que virou quase um acessório do presidente Nicolas Sarkozy nas reuniões de chefe de Estado. “Selvagem e geniosa”, a ex-top model Carla Bruni retratada no livro é muito mais interessante do que a apagada versão de Jackie Kennedy arquitetada com a ajuda do Palácio do Eliseu e o controle cuidadoso de todas as informações relacionadas a ela.

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Na biografia, Carla é uma criança solitária, criada por babás em uma mansão em Turim, na Itália, e uma jovem ousada em seus objetivos. Muitos de seus amigos riram quando ela, então com 15 anos, disse que namoraria o vocalista dos Rolling Stones. Menos de dez anos depois, Carla ligaria para os incrédulos dizendo: “Sabem com quem estou saindo?” Ela também decretou para si mesma que seria famosa. Teria mesmo feito uma cirurgia plástica no nariz aos 16 anos – o que ela nega – para melhorar suas chances no mundo da moda. Como modelo, cantora, namorada de inúmeros homens poderosos – entre eles Kevin Costner, Donald Trump e Eric Clapton – e, agora, primeira-dama, Carla novamente cumpriu sua meta.

Ao relembrar o passado da primeira-dama, Besma, que também escreveu a biografia do ex-jogador de futebol Zinédine Zidane, colocou um obstáculo ao novo objetivo de Carla Bruni de abandonar a imagem de femme fatale que ela mesma gostava de cultivar para assumir a de “mulher tímida”. Em entrevista a ÉPOCA, a jornalista francesa discute quem é a verdadeira Carla Bruni e se ela é capaz de ser uma verdadeira primeira-dama.

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Por que você decidiu fazer uma biografia de Carla Bruni?
Besma Lahouri – Quando Carla se casou com Nicolas Sarkozy, achei engraçado. Pensei que nós, franceses, éramos diferentes. Por que onde mais você encontra um presidente que se casa com uma top model que namorou o mundo todo e é famosa por ser muito livre? Minha primeira impressão foi muito positiva. Depois, quando comecei a ver a nova Carla Bruni, quis explicar por que ela teve que se tornar uma outra mulher. Nicolas Sarkozy não podia lidar com uma esposa que tivesse um passado como o dela.

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Você está quase sem voz de tanto dar entrevistas para veículos do mundo todo sobre a biografia. Você esperava todo esse interesse?
Quando terminei o livro, um ano atrás, Nicolas Sarkozy era um homem muito poderoso. Eu não sabia quando a obra ia ser lançada e nem como o público iria reagir. Em um ano, a opinião pública sobre o presidente se deteriorou. Não acho que o mesmo tenha acontecido com Carla Bruni. O povo francês não a conhece. Ela costumava falar muito, contar sobre sua vida, mas ninguém havia perguntado sobre ela aos seus amigos, às outras modelos, aos estilistas. De qualquer forma, fiquei surpresa e agradecida pelo interesse. Ela é uma boa história, cria controvérsia.

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Por que demorou tanto para que o livro fosse lançado? Você teve que censurar partes da história?
As leis francesas são bastantes rígidas e, se você está falando sobre a vida privada de alguém, sempre acaba perdendo na Justiça, a menos que prove que não tinha intenção de ferir a pessoa sobre quem está escrevendo. Mas, sim, tivemos que cortar algumas partes. Basicamente tiramos o nome de alguns ex-namorados que são famosos ou eram casados quando se relacionaram com Carla Bruni.

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Até que ponto Carla Bruni mudou para se tornar primeira-dama e até que ponto foi obrigada pelos assessores do Palácio do Eliseu a mudar?


Quando você vê Carla Bruni hoje, vê uma mulher muito tímida, com uma voz doce, que quase nunca fala e, quando o faz, fala “meu marido, meu marido, meu marido”. A verdadeira Carla Bruni é selvagem, geniosa. Ela sempre amou intensamente seus homens, mas, em algum ponto, a história tinha que acabar. Perguntei a um famoso fotógrafo que é amigo dela se Carla realmente amava Sarkozy e ele disse que sim, que ela o ama exatamente como amava os dois ex-namorados, o filósofo Raphaël Enthoven e o advogado Arno Klarsfeld. O tempo todo ela é muito intensa e muito honesta, mas sempre dona do seu próprio show.

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Conto no livro que o estilista Christian Lacroix diz a Carla que, depois do casamento com Sarkozy, ela tinha tudo o que poderia desejar e pergunta o que ela poderia almejar depois. Ela não respondeu nada, apenas sorriu. Se eu fosse Sarkozy, teria um pouco de medo.

Mas, no livro, você revela que havia uma operação oficial para cuidar da imagem da nova primeira-dama.

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A equipe presidencial criou a nova Carla Bruni. Tudo foi controlado em detalhes: do modo como ela se vestia aos artigos que saíam na mídia descrevendo como ela era “discreta”. Nada era natural, tudo era controlado e ela é uma ótima atriz – ela já teve tantas vidas que foi fácil para ela. O desafio, para ela, é que os franceses gostariam de vê-la muito mais envolvida nas questões nacionais.

No meu livro falo sobre sua atuação na filantropia. Uma de suas fundações, criada três anos atrás para ajudar pessoas com aids e melhorar a educação sexual, não fez absolutamente nada. A Carla Bruni que descobri é uma Carla Bruni que pode ser muito apaixonada por si própria e por seus amigos, mas não sabe se doar ao povo francês. Seu estilo de vida é muito diferente. Ela é uma mulher muito, muito rica, que nunca teve que pagar por nada. Ela era uma modelo, tudo girava ao seu redor: os amigos, os fotógrafos, os namorados, tudo. Agora ela teve que parar de falar “eu” e começar a pensar em “nós”, algo difícil para pessoas como ela.

Mas, recentemente, Carla Bruni se manifestou contra a condenação da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani ao apedrejamento sob acusação de assassinato e adultério.

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Foi sua primeira manifestação e ficamos muito felizes. Mas a reação iraniana foi tão dura que tudo o que ela disse desapareceu e as pessoas ficaram focadas no que os iranianos disseram. Ela está tendo problemas porque, quando ela não fala, as pessoas criticam. E, quando fala, as pessoas também criticam.

Com toda essa mudança de imagem e a tentativa de participar, Carla Bruni conseguiu se encaixar no papel de primeira-dama?

Hoje ela não serve para esse papel porque não quer fazer nenhum esforço. Ela tem que entender que está vivendo com um político, e não com Mick Jagger ou Eric Clapton. Está casada com o presidente da França e tem que fazer a diferença. E ela não está acostumada a fazer esforços que não vão lhe trazer benefícios pessoais. Mas, talvez, daqui a dois ou três anos ela possa ocupar perfeitamente o cargo.

Mas imagino que deve ser difícil estar na posição dela, saída do mundo da moda para o da política.


Quando ela se casou, tinha 40 anos e uma vida própria. Agora sua própria vida parece não lhe pertencer mais. Ela está tentando muito. E, no meu livro, digo que Nicolas Sarkozy está se tornando cada vez mais Nicolas Sarkozy-Bruni. Ele tem que se encaixar na vida dela e ela não quer muito se encaixar na vida dele. Estava lendo sobre as férias que eles tiraram na casa da mãe de Carla Bruni e foi engraçado porque três de seus ex-namorados estavam lá com eles.

O presidente estava cercado por três homens que foram amantes de sua esposa. É como uma briga: ela é a primeira-dama que vai deixar para trás seu passado ou vai conseguir empurrá-lo para a vida do presidente?

Você vê Carla Bruni como uma “femme fatale”, que pode controlar três ex-namorados e o marido presidente, ou uma “femme fragile”, que precisa de quatro homens para se sentir querida?
Carla Bruni, assim como Sarkozy, não suporta ficar só. Quando a segunda mulher de Sarkozy o deixou, todo mundo tinha que encontrar alguma coisa para fazer com ele. Levá-lo ao restaurante, cantar com ele. Os dois são muito parecidos. No caso de Carla Bruni, ela se achava especial em relação ao irmão e à irmã. Ela era muito calada, foi criada por babás, e não por seus pais.

Mas qual a verdadeira Carla Bruni: carente e insegura ou forte e independente?
Ela é muito forte porque sabe exatamente como controlar a si própria. Carla Bruni é a rainha do controle. Mas, ao mesmo tempo, ela é carente: quer ser amada, quer ser o centro das atenções. No meu livro, conto que, quando ela tinha 17 anos e estava fazendo um de seus primeiros desfiles, costumava pensar e dizer: “Vou ser famosa. Vou ser famosa”. Essa é outra parte dela. Ela sempre quer algo novo – e melhor – em sua vida.

É verdade que, ainda na adolescência, ela estabeleceu como “sonho de consumo” o roqueiro Mick Jagger?
Quando tinha 15 anos, Carla disse para os amigos que, um dia, sairia com Mick Jagger. Mas ela tinha 15 anos e todo mundo riu dela. Um dia, em Paris, havia um grande show do Eric Clapton e ela deu um jeito de entrar no camarim. Conheceu Clapton e começou a namorá-lo. E pediu a ele para apresentá-la a Mick Jagger. Quando finalmente ficou com ele, ligou para todos os seus amigos e disse: “Ei, você sabe com quem estou saindo? Mick Jagger.” Vinte anos depois, quando ela estava saindo com o presidente, ela ligou para os amigos e disse: “Vocês sabem quem eu estou namorando?”

Ao que parece, ela é do tipo “kiss and tell” (beija e conta).
Por isso que o nome do livro é “Uma Vida Secreta”. Porque ela não consegue guardar segredos. Outra história que conto é quando, poucas semanas depois de começar a namorar o presidente, ela saiu fazer compras com uma amiga, que não sabia o nome do novo affair. Quando as duas voltaram para a casa, Carla Bruni disse: “Preciso ir ao banheiro e meu novo namorado está vindo. Se eu ainda estiver lá, você pode abrir a porta para ele?” A amiga respondeu: “Claro, claro”. Alguém bateu à porta e quando a amiga abriu era Nicolas Sarkozy. Carla queria mostrar não apenas que tinha um novo namorado, mas que ainda podia surpreender os amigos.

Quando ela quis que o povo francês soubesse que estava namorando Sarkozy, ela organizou a ocasião para os paparazzi. Carla quer guardar vários segredos mas também fazer um filme sobre sua vida.

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