Quem conhece os planos infalíveis de Cebolinha contra a Mônica, sabe da paixão de Magali por melancia e acompanha a eterna saga de Cascão para não tomar banho não imagina o que o cartunista paulista Mauricio de Sousa, 81 anos, pai da famosa turminha, ouviu há mais de 60 anos: “Desista, menino. Desenho não dá dinheiro nem futuro para ninguém. Vá fazer outra coisa da vida”.
O criador da Turma da Mônica ouviu a frase desmotivadora durante uma tentativa de emprego no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S. Paulo), aos 19 anos. “Achei que o chefe de arte ia fazer algum comentário sobre meu trabalho, um elogio ou reparo, uma observação, alguma crítica, mas nada, nem tocou no assunto”. Esta e outras hisótias estão reunidas na primeira biografia, Mauricio: A História que não está no Gibi, lançada no começo deste ano.
O livro está escrito em primeira pessoa, a partir do depoimento de Mauricio para o jornalista Luís Colombini (autor de Guga: Um Brasileiro). A biografia revela os detalhes por trás do sucesso das histórias em quadrinhos que atravessam gerações. Entre as recordações está como o garoto tímido do interior de São Paulo acabou virando repórter policial no mesmo jornal que fechou as portas para seus desenhos, no primeiro momento: “logo eu, que desmaiava quando via sangue”, narra Mauricio.
Sousa começou com tirinhas de jornais, no final dos anos 50, estreladas por garotos como Cebolinha. Foi só quando criou sua primeira personagem feminina, inspirada em uma de suas filhas, Mônica, que Maurício de Sousa estourou. Desde então, estima-se que já tenha vendido um bilhão de revistinhas.
De acordo com estimativas, Mônica e sua turma vendem hoje em torno de 2,5 milhões de revistas por mês. Atualmente o cartunista está retirado da prancheta de desenho e dedica-se somente à administração de sua produtora.
(Com informações de Correio24horas e Veja)
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