Quem viu de perto o surgimento do televisor, na década de 50, vivenciou também a dúvida sobre o quanto a tecnologia impactaria no futuro do rádio. E como tudo que é novo, o e-book ou livro digital , que começa a ganhar força no Brasil neste ano, chega assombrando, no caso, o livro impresso.
Quem está há muitos anos em meio a milhares de páginas garante que a tendência é irreversível, mas não dominante. O mercado de livros, nos próximos anos, não será exclusivamente online, aposta o presidente da Câmara Mineira do Livro, José de Alencar Mayrink, certo de que o primeiro exemplar de um livro dificilmente será digital.
Para ele, autores e editoras darão preferência para o lançamento nos dois formatos e só depois definirem quais obras devem ficar restrita à distribuição por meio digital.
– Brasileiro adora tecnologia e o livro digital pode até aumentar o número de leitores no país. Antes, quem não tinha disposição para abrir um livro e passar as páginas, hoje pode rolar o mouse e acompanhar a história na tela.
Apesar dos e-readers (leitores eletrônicos) terem alavancado o setor, o livro digital existe antes desses dispositivos. Há muito tempo já se usa o livro digital. Eles são “passados” para o computador em formato PDF, extensão do Adobe Reader, e lidos em notebooks, desktops e smartphones. O surgimento dos e-readers é que tornou possível transportar mais obras e ter acesso a elas a qualquer hora e lugar. Os aparelhos com menor memória cerca de 2 gigabytes armazenam até 3.000 títulos.
O mais famoso dos e-readers até por ter sido o primeiro do mundo a chegar mais perto do que desejavam os consumidores é Kindle, criado e vendido pela empresa norte-americana Amazon.
Produto sem o qual o médico Joaquim Bonfim não consegue mais viver. Ele comprou o aparelho há apenas um mês e já instalou 44 livros e assinou um jornal diário. Para quem duvida do conforto visual que esses dispositivos oferecem, o médico garante não perceber diferenças.
– Trabalho com medicina de diagnóstico por imagem. Por isso sei que a tecnologia e-ink, que imita o papel original, é perfeita para a saúde. É como ler um papel comum. Não tem comparação com a leitura em um computador ou celular.
O aparelho escolhido por Bonfim foi o Kindle DX, chamado também de internacional, que possui conexão 3G, tela de 9,7 polegadas e lê arquivos não só no formato AZW (sob o qual estão os livros vendidos no portal da fabricante) como nos primeiros modelos da Amazon, mas também PDF, TXT, PRC, DOC, MOBI, JPEG, HTML, GIF, PNG e BMP. Ou seja, dá para variar bastante.
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