Uma dieta baseada na redução do consumo de carboidratos está ganhando cada vez mais adeptos. Apesar de ser um estilo de alimentação bastante antigo, a low carb tem ganhado atenção da mídia por conta da proposta de emagrecimento rápido.
Também conhecida como high fat (LCHF), a low carb se baseia em uma restrição de carboidratos, baixo ou zero consumo de açúcar e a ingestão de gorduras animais. Nessa dieta esqueça a contagem de calorias e a obrigatoriedade de comer de três em três horas. A orientação é comer quando tiver fome e até sentir-se saciado.
Parece estranho ou até inovador no ponto de vista de quem costumava seguir dietas convencionais, em que os pratos são delimitados em peso e calorias. A nutricionista Camila Serrato de Carlos, de Arapongas, explica que através de muitos estudos pode-se emagrecer com segurança e saúde ingerindo quantidades maiores e mais calóricas.
“Não é mais a caloria que é levada em consideração, são os hormônios. Então a questão é saber como cada alimento reage no nosso corpo”.
A nutricionista desmistifica a ideia de que as calorias são responsáveis pelo acúmulo de gordura no nosso corpo. Ela garante que mesmo os alimentos mais calóricos, podem ser consumidos sem medo, desde que haja um equilíbrio.
Dosagem é a palavra certa e carboidrato é a palavra que deve ser esquecida. “Pão, massas, arroz, todos eles e tudo aquilo que tem alto índice de carboidrato que estimula um hormônio chamado insulina, que é o responsável pelo acumulo de gordura corporal. Então, quando cortamos não acumulamos e assim o corpo acaba usando a nossa gordura estocada. É ali que acontece o emagrecimento, argumenta.
A polêmica da ingestão de gorduras também é esclarecida pela nutricionista. “A gordura animal, natural, é gordura boa. Ela sacia, então não faz a pessoa ter fome a todo o momento e também não libera insulina. No entanto o equilíbrio é a palavra-chave. Tem gente achando o máximo esse negócio de poder comer manteiga, queijo, nata, bacon. Podemos consumi-los sim, mas a dieta é principalmente de verduras, legumes e carnes. Essas gorduras são um complemento e devem ser ingeridas com cautela”, alerta.
A especialista ainda conta que é nesta confusão que mora o perigo. “Não é para comer ovo na manteiga, salada regada no azeite, café com óleo de coco ou nata e bacon com queijo, tudo no mesmo dia. É uma coisa ou outra”.
Além do emagrecimento a dieta tem trazido ótimos ganhos com relação a saúde também. Colesterol, triglicérides, pressão arterial, diabetes e até problemas no fígado têm sido regulados com a alimentação low carb.
“De uma maneira geral todos podem fazer, desde que haja um acompanhamento e que o nutricionista faça determinados ajustes caso haja alguma patologia a ser tratada”.
BONS RESULTADOS
Exemplo de bons resultados, tanto estéticos quanto qualidade de vida, é o da professora de educação física, Denise Aparecida de Lima, de 34 anos, de Arapongas, que perdeu 23 quilos e seis meses.
Denise conheceu a low carb após procurar uma nutricionista por recomendação médica. “Eu queria engravidar e meu obstetra aconselhou que eu emagrecesse antes, pois com o peso que eu estava minha gestação seria de risco”.
A professora acatou a determinação e procurou ajuda. Durante a busca, ela conheceu o projeto Atlética em Forma, programa de acompanhamento físico, nutricional e psicológico, com duração de três meses.
“O projeto consiste em seguir uma alimentação adequada e a prática de atividade física, com o apoio do psicólogo que trabalha com a gente a ansiedade e o autocontrole”.
“Na primeira semana eu queria comer até a mesa. Mas depois você vai se acostumando. Aquela vontade, ansiedade vai ficando pra trás. Quando eu vi, em duas semanas eu já tinha perdido sete quilos e no final do projeto, após três meses eu já tinha eliminado 15. Então eu quis continuar”, comemora ela, que afirma ainda que objetivo agora é dar continuidade ao sonho de se mãe.
A araponguense Sandra Benedito de 41 anos, também aderiu a dieta para perder peso. Após muitas tentativas de emagrecer e frustrações, ela chegou aos 132 quilos. Cozinheira da prefeitura Sandra vive rodeada daquelas comidinhas tentadoras. “Arroz, feijão, massas, frituras. Eu faço tudo isso, todo dia”.
Ela conta que não foi fácil eliminar o carboidrato. Sandra teve que passar por uma adaptação, e foi retirando os alimentos proibidos aos poucos. E há quem se engana ao pensar que é preciso passar fome para emagrecer. Sandra garante que o estilo lhe trouxe mais saciedade do que as dietas convencionais que já havia feito.
Nas outras tentativas eu queria comer o tempo inteiro, agora não, consigo controlar e me alimento quando realmente tenho apetite”.
Pulando do manequim 60 para o 44, ela confessa que ainda pretende perder pelo menos oito quilos. E o interesse pela “comida de verdade” termo usado pelos adeptos da low carb, tem crescido tanto, que um restaurante de Arapongas inovou e se tornou o pioneiro a trazer opções low carb em seu cardápio. Há cerca de dois meses a nutricionista Rosâangela Quessada, proprietária da Nutríssima sentiu a necessidade de atender essa demanda.
O restaurante que atende o público que busca por uma alimentação mais saudável já trazia pratos diversificados, como purê de cabotia, lasanha sem glúten, e panqueca integral. Porém, a adequação à low carb surgiu agora, com a procura das pessoas.
“Os clientes começaram a pedir, então passei a ler e estudar sobre o assunto, o que me trouxe tranquilidade para desenvolver”, revela Rosangela, que recebeu a aprovação do público pela iniciativa. “Eles têm gostado muito, além de estarem cada vez mais satisfeitos com os resultados”, conclui.
E não teria como ser diferente, o menu variado tem atraído adeptos e curiosos, afinal os pratos são realmente atraentes. Espaguete de pupunha ou de abobrinha com molho de tomate natural, almondegas de carne com queijo e bacon, filé de salmão ao molho de maracujá com parmesão são algumas das opções, além da lasanha low carb de abobrinha ou berinjela, que tem se destacado como campeã de vendas.
ALIMENTOS PERMITIDOS
Carnes de boi, peixe, crustáceos, frango e porco
Folhas verdes – todas.
Legumes - abobrinha, brócolis, tomate, cebola, alho, pimentão, alcachofra, chuchu, aspargos, palmito, rabanete, pepino, berinjela, quiabo, vagem, couve-flor.
Frutas - abacate, coco, morangos, amoras e mirtilos.
Oleaginosas - Nozes, castanhas do caju e do pará, amêndoas, pistaches, macadâmias.
Gorduras – azeite, manteiga, banha de porco, nata, creme de leite fresco, queijos curados, óleo de coco.
Chocolate – Acima de 70% cacau.
Ovos.
ALIMENTOS PROIBÍDOS
Legumes como feijão, lentilha, milho e ervilha, batata, batata doce, mandioca, mandioquinha salsa.
Açúcares – Nenhum. Lactose ( açúcar do leite), frutose (açúcar da fruta), mel, açúcar de coco, açúcar mascavo, demerara e açúcar light também são açúcar e não devem ser consumidos.
Farinha – Nenhuma. Amido também não pode. (Nada de pães e massas)
Arroz
Industrializados.
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