RODOLFO VIANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Repetida diversas vezes, a música "Cálice", de Chico Buarque, subitamente cessa. Em seu lugar, uma voz anônima no carro de som diz: "A extinção do Ministério da Cultura inviabiliza a formação do pensamento crítico". É ovacionada.
Às 18h45, com uma temperatura de 14°C, cerca de 300 artistas e integrantes de movimentos sociais aglomeram-se em frente à representação da Funarte em São Paulo, ocupada desde terça (17).
Discursos breves se sucedem. São criticas ao fim do Ministério da Cultura - que não querem de volta, pois "não servia a nós" -, exigências de saída do presidente interino Michel Temer, clamores pelo fim da morte de negros, louvores às artes. Entre as falas, instala-se um minuto de silêncio pelos mortos na ditadura.
No meio da multidão, artistas de terno usam máscaras de políticos e, num exercício de ironia, empunham cartazes pelo fim da CGU, pela redução de morarias populares, pelo corte do Bolsa Família.
Às 19h20, começam a caminhada até a esquina famosa da música de Caetano Veloso, av. Ipiranga com a av. São João. Mas o som que os acompanha é "Cálice".
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.05.2016, 19:52:44 Editado em 27.04.2020, 19:50:22
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