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Cinema pop e pictórico de Derek Jarman ganha mostra em São Paulo

SÓ PODE SER PUBLICADO NA ÍNTEGRA E COM ASSINATURA CÁSSIO STARLING CARLOS SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meados dos anos 1980, o nome de Derek Jarman ganhou ressonância pop em parte por ele ter realizado os primeiros clipes para os Smiths que não consis

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.05.2016, 18:33:07 Editado em 27.04.2020, 19:50:22
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CÁSSIO STARLING CARLOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meados dos anos 1980, o nome de Derek Jarman ganhou ressonância pop em parte por ele ter realizado os primeiros clipes para os Smiths que não consistiam apenas em imagens de Morrissey rebolando e trinando no palco. As lindas sobreposições em looping que ele utilizou como eco da melancolia de "There's a Light That Never Goes Out" e as colagens com que reforça a ira de "The Queen Is Dead" viraram hits na MTV e, com isso, seus trabalhos como cineasta também ganharam visibilidade.
A mostra "Derek Jarman - Cinema É Liberdade", em cartaz de hoje a 1º de junho no Caixa Belas Artes (r. da Consolação, 2423), reúne 26 títulos dele ou sobre ele e reconstitui uma trajetória que se difundiu entre os smithsmaníacos da época, mas que já era sólida e extensa há mais de uma década.
Jarman segue, junto aos também britânicos Ken Russell, Terry Gilliam e Peter Greenaway, uma tradição de cinema pictórico, mais preocupado com a expressividade visual do que com a palavra ou com a dramaturgia.
Sua experiência começa como cenógrafo da Royal Opera House, templo clássico londrino onde ele refina no embate com os materiais sua alma de esteta. No início dos anos 1970, Jarman estreia no cinema como diretor de arte em "Os Demônios", de Russell, e logo emenda "O Messias Selvagem", outra extravagância do mesmo diretor.
A estreia como diretor em "Sebastiane" (1976) revela que, além do esteticismo, a reinterpretação homoerótica do martírio de São Sebastião o aproxima da linhagem de Kenneth Anger e de Jean Genet.
"Jubileu", feito em pleno furor punk de 1978, capta aquele estado de espírito e celebra com anarquia a degradação do império durante as comemorações de 25 anos da rainha Elisabeth 2ª no poder.
A liberdade que adota no tratamento de temas "respeitáveis" projeta-se também na experimentação com suportes, como o Super-8 e o 16 mm, que Jarman usa por serem baratos e por permitirem resultados poéticos insubordináveis ao do cinema oficial e narrativo feito em 35 mm.
Na década seguinte, o status inventivo de Jarman impõe-se no circuito institucional dos festivais, que ele usa para fazer reverberar suas ousadias estilísticas em cinebiografias longe da fórmula, como "Caravaggio" (1986), "Edward 2º" (1991) e "Wittgenstein" (1992).
Em paralelo, ele perseguiu um trabalho mais experimental, com enfática linguagem "queer" em "The Angelic Conversation" (1985) ou como forma de protesto político em "The Last of England" e "War Requiem", ambos de 1989.
O diagnóstico de Aids, que o levou à morte precoce em 1994, aos 52 anos, inspira o terminal e mais impactante trabalho do realizador, "Blue" (1993). A sobreposição de uma tela incessante azul, vozes e música afirmam a vocação sensorial do cinema, que formas como o digital e o cinema expandido vêm, desde então, tratando de aprofundar.

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