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Mostra lembra seis meses da tragédia de Mariana

RODOLFO VIANA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira coisa que o jornalista e fotógrafo mineiro Ismael dos Anjos viu quando chegou a Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), foi uma bicicleta abandonada coberta por lama. "Foi pesado", afirma. Ele ch

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.05.2016, 12:17:41 Editado em 27.04.2020, 19:50:52
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RODOLFO VIANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira coisa que o jornalista e fotógrafo mineiro Ismael dos Anjos viu quando chegou a Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), foi uma bicicleta abandonada coberta por lama. "Foi pesado", afirma.
Ele chegou ao local no dia 4 de dezembro de 2015, véspera do aniversário de um mês do rompimento da barragem do Fundão, que levou ao derramamento de cerca de 40 bilhões de litros de lama com rejeitos de mineração e à morte de 18 pessoas.
Onde existiam ruas e muros, casas e gente, havia apenas lama "e um cheiro muito forte de algo podre", lembra. Ismael começou a fotografar "restos de presença humana" daquele lugar fantasma. "Fui entrando por vielas -ou o que sobrou delas- em casas destruídas..." Fez mais de mil imagens em que o ocre e o vermelho do barro reinam soberanos.
A bicicleta arruinada é uma das oito imagens que compõem a exposição do fotógrafo nas ruas de São Paulo e Belo Horizonte, em lembrança aos seis meses da tragédia de Mariana.
A partir do dia 5, fotografias emolduradas ocuparão postes entre os bairros de Pinheiros e Vila Madalena, na capital paulista. Um percurso de 2,5 quilômetros separa a primeira da oitava imagem -mesma extensão que separa Bento Rodrigues da barragem do Fundão.
Na metrópole mineira, as imagens estarão em locais próximos a prédios da Vale, controladora da mineradora Samarco, responsável pela catástrofe. Os lugares exatos, contudo, não foram revelados.
Ele explica que a exposição tem a ver com a lembrança de um lugar que não mais existe.
"Casas podem ser compradas novamente, mas as memórias resumem a necessidade de reconstituir a vida -quem era seu vizinho, como era sua rua", diz.
O fotógrafo incentiva que pessoas que esbarrarem com as obras da "tragédia emoldurada", como diz Ismael, roubem-nas dos postes. "Se você pega uma foto dessas e leva para casa, pendura na sua parede, você vai ter que explicar às visitas o que ela significa. É uma forma de não esquecer Mariana", conta.
A seleção de fotografias de Ismael soma-se a outras obras de artistas que se inspiraram na catástrofe para suas criações. Como o sul-africano Haroon Gunn-Salie, que passou mais de um mês no que sobrou do lugar soterrado, e o fotógrafo Christian Cravo, que lança em maio livro com imagens sobre a tragédia.

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