SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu nesta sexta (19), aos 84 anos, o escritor e ensaísta italiano Umberto Eco. A causa da morte não foi revelada, mas segundo a France Presse, ele sofria de câncer há anos.
Filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo, Umberto Eco era personalidade de renome no meio acadêmico. Seu romance mais célebre foi "O Nome da Rosa", lançado em 1980. A obra foi adaptada para o cinema em 1986 pelo diretor Jean Jacques Annaud.
No longa, Sean Connery interpreta o frade franciscano Guilherme de Baskerville, enquanto Christian Slater vive o noviço Adso von Melk. Ambos os religiosos
investigam mortes que ocorreram em uma abadia no século 14. Na forma, trata-se de uma obra que mescla a estrutura de um romance policial com a cultura humanista de Eco.
Seu último livro, "Número Zero", foi lançado no ano passado como uma crítica ao mau jornalismo e à manipulação de fatos. À época, Eco disse: "Essa é a minha maneira de contribuir para esclarecer algumas coisas. O intelectual não pode fazer nada, não pode fazer a revolução. As revoluções feitas por intelectuais são sempre muito perigosas".
Ele também escreveu obras como "O Pêndulo de Foucault" (1988) e "O Cemitério de Praga" (2010) e os ensaios "O Problema Estético" (1956), "O Sinal" (1973), "Tratado Geral de Semiótica" (1975) e "Apocalípticos e Integrados" (1964), trabalhos usados em cursos de comunicação em todo o mundo.
VIDA
Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, na região de Piemonte, norte da Itália, em 5 de janeiro de 1932. Contrariando os desejos do pai, que queria que ele fosse advogado, Eco entrou na Universidade de Turim para estudar filosofia medieval. Escreveu sua tese sobre o teólogo Tomás de Aquino e se formou em 1954.
Enquanto estava na universidade, diz que deixou de acreditar em Deus um dos pilares de sua educação e abandonou a religião.
Foi editor de cultura para a emissora estatal RAI e deu aulas na Universidade de Turim. Durante o ofício no meio cultural, entre as décadas de 1950 e 1960, conheceu artistas que tiveram forte influência em sua decisão de seguir com a literatura. Entre eles, destacase o Grupo 63, coletivo de neovanguarda que surgiu na Itália em 1963, pelas mãos de Francesco Agnello. Eco fez parte do grupo ao lado de Nanni Balestrini, Edoardo Sanguineti, Alberto Arbasino e Renato Barilli.
Em setembro de 1962, casou-se com Renate Ramge, uma professora de arte alemã com quem teve um casal de filhos. Dividia o tempo entre sua residência em Milão onde tinha uma biblioteca com 30 mil títulos e sua casa de veraneio em Urbino esta com 20 mil livros.
Em 1988, fundou o departamento de comunicação da Universidade de San Marino e, duas décadas mais tarde, tornou-se professor e presidente da escola superior de humanidades da Universidade de Bolonha.
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.02.2016, 23:54:14 Editado em 27.04.2020, 19:52:49
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