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Condenado por estupro de coroinhas, padre Dé estuda processar 'Spotlight'

MARCELO TOLEDO RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Religioso que foi condenado a mais de 60 anos de prisão por abuso sexual a adolescentes, o padre José Afonso Dé, 82, de Franca (a 400 km de São Paulo), estuda processar os produtores do filme "Spotlight -

Da Redação

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Em 2010, padre Dé foi denunciado pelo Ministério Público Estadual pela suposta prática de crimes sexuais contra oito coroinhas-IMAGEM - arquivo Edson Silva - folhapress
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Em 2010, padre Dé foi denunciado pelo Ministério Público Estadual pela suposta prática de crimes sexuais contra oito coroinhas-IMAGEM - arquivo Edson Silva - folhapress
Escrito por Da Redação
Publicado em 17.02.2016, 11:36:00 Editado em 27.04.2020, 19:52:54
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MARCELO TOLEDO
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Religioso que foi condenado a mais de 60 anos de prisão por abuso sexual a adolescentes, o padre José Afonso Dé, 82, de Franca (a 400 km de São Paulo), estuda processar os produtores do filme "Spotlight - Segredos Revelados", um dos concorrentes ao Oscar de melhor filme.
Inspirado em uma intensa investigação jornalística do diário "The Boston Globe", "Spotlight" relata como a cúpula local da Igreja Católica acobertou dezenas de padres acusados de molestar crianças e adolescentes. A cobertura rendeu um prêmio Pulitzer em 2003 ao jornal.

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No final do filme, é exibida uma lista com cidades em que padres foram acusados de cometer abusos contra crianças, e Franca é citada pelos casos envolvendo o religioso. Em 2010, padre Dé foi denunciado pelo Ministério Público Estadual pela suposta prática de crimes sexuais contra oito coroinhas que o auxiliavam na paróquia São Vicente de Paulo. 

No ano seguinte, ele foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Franca a 60 anos e oito meses de prisão por estupro e atentado violento ao pudor. Com recurso acolhido pelo TJ (Tribunal de Justiça), responde em liberdade. 

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O argumento da defesa de Dé é que, após a condenação, o padre acabou sendo absolvido em sete das nove acusações de abuso sexual às quais era acusado. 

Agora, o religioso, que sempre alegou ser inocente, aguarda o desfecho dos outros dois processos para decidir se processa ou não os produtores do filme pela inclusão na chamada "Lista da Vergonha".
"Caso o padre venha a ser absolvido em todos os casos, isso poderá resultar, a critério dele, no direito a exigir indenização por ofensa à honra, por ter sido incluído na lista", afirmou o advogado José Chiachiri Neto, que o defende. 

Um dos desembargadores votou pela absolvição do padre em todos os casos, mas outros dois votaram pela sua absolvição parcial. Assim, o religioso continua condenado em dois casos, mas Chiachiri Neto afirmou que já entrou com recurso para buscar a absolvição total. 

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O defensor disse que os atos praticados pelo religioso não tiveram conotação sexual. 


OUTROS CASOS 


Os casos de pedofilia no Brasil envolvendo religiosos citados no filme são marcados por punições e protelações.
Além do episódio de Franca, outros casos listados por "Spotlight" no país ocorreram em Arapiraca (AL), Mariana (MG) e Rio de Janeiro.
Segundo Chiachiri Neto, a pena dada ao padre Dé é uma "aberração", principalmente porque o religioso nem teria condições de cometer abusos por ter feito uma cirurgia de câncer de próstata há mais de 15 anos e, desde então, ser impotente sexual.
Hoje, suspenso de atividades públicas pela Igreja, o padre desenvolve atividades religiosas em sua casa, com evangelização de casais.

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