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Documentário sobre refugiados é forte candidato ao Urso de Ouro

GUILHERME GENESTRETI, ENVIADO ESPECIAL* BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Filme mais aplaudido até agora da mostra competitiva do Festival de Berlim, o documentário "Fuocoammare", do italiano Gianfranco Rosi, se credencia como um dos favoritos a levar o Ur

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 13.02.2016, 13:05:52 Editado em 27.04.2020, 19:52:59
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GUILHERME GENESTRETI, ENVIADO ESPECIAL*
BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Filme mais aplaudido até agora da mostra competitiva do Festival de Berlim, o documentário "Fuocoammare", do italiano Gianfranco Rosi, se credencia como um dos favoritos a levar o Urso de Ouro, principal prêmio do evento.
O filme foi rodado na ilha de Lampedusa, encravada entre a Sicília e a Tunísia e um dos principais pontos de entrada de refugiados africanos e do Oriente Médio no território europeu: nos últimos 20 anos, 400 mil pessoas vindas dos países dessas regiões passaram pelo local (15 mil morreram na jornada).
"O filme pode ser lido politicamente, mas ele é mais uma testemunha da tragédia pela qual somos todos responsáveis", disse Rosi, aplaudido de pé pela plateia que lotava a coletiva de imprensa após a sua sessão. "O mar está se tornando um cemitério e nós todos somos responsáveis por essa omissão."
"Fuocoammare", que pode ser traduzido como "fogo no mar", mostra cenas de resgate de barcos entupidos de refugiados líbios, sírios, nigerenses, chadianos e eritreus. Apesar da viagem relativamente curta até Lampedusa, muitos morrem após cinco ou seis horas no mar, apertados em compartimentos mal ventilados de barcos carregados.
Pietro Bartolo, médico na ilha, detalha seus mais de vinte anos de trabalho com esses imigrantes: os bebês mortos, as mulheres estupradas na viagem, as vítimas de queimaduras e desidratação.
"É uma situação que está ficando enormemente dramática: tenho pesadelos que me perseguem", disse Bartolo, também presente na coletiva. "Espero que o filme gere um alerta."
Intercalando com cenas dos refugiados, Rosi acompanha o cotidiano de Samuele, um garoto italiano de dez anos, nativo da ilha, que quase não acompanha o drama dos que ali aportam. Seus problemas são corriqueiros: sofre de olho preguiçoso, passa o tempo com seu estilingue, fica enjoado quando navega com o pai, mal sabe remar.
"Eu queria retratar a situação também sob o olhar de alguém de Lampedusa e já tinha em mente que queria uma criança", disse o diretor. "O menino é um pouco como nós, europeus: com seu olho preguiçoso não sabe bem o que fazer a respeito de toda essa situação."
O diretor já levou o Leão de Ouro no Festival de Veneza por "Sacro GRA", em 2013.
* O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Berlim

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