Morre, aos 90 anos, o maestro e compositor francês Pierre Boulez

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O maestro e compositor de músicas clássicas francês Pierre Boulez morreu na noite desta terça-feira (5) em Baden-Baden, na Alemanha, onde morava, anunciou sua família em um comunicado nesta quarta (6). Ele tinha 90 anos.
"Para todos os que o trataram e puderam apreciar sua energia criativa, sua exigência artística, sua disponibilidade e sua generosidade, sua presença continuará sendo viva e intensa", diz nota redigida pela família do músico e divulgada pela filarmônica de Paris. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em Montbrison, na França, em 1925, Boulez, cujas obras são interpretadas em todo o mundo, é considerado desde os anos 1950 uma das grandes figuras da música do século 20.
Educador e teórico, sempre trabalhou para que a nova música fosse representada nas salas de concerto. Foi diretor da orquestra de Cleveland (1967-1972), da sinfônica da BBC (1971-1975) e da filarmônica de Nova York (1971-1977) (no vídeo acima, ele rege a orquestra em uma performance de "La Mer", de Claude Debussy, em 1992).
Participou de importantes produções, como "O Anel do Nibelungo", no festival alemão de Bayreuth, para marcar o centenário de Richard Wagner, e a primeira versão de "Lulu", de Alban Berg, na ópera Garnier de París.
Insatisfeito com o conservadorismo do mundo musical francês, Boulez se mudou para Baden-Baden no início dos anos 1960.
Ele não voltou para a França até 1974, quando o presidente Georges Pompidou criou um instituto de pesquisa musical (Ircam, na sigla em francês) e a Ensemble Intercontemporain, orquestra especializada em música do século 20 (no vídeo acima, comandada por ele em Tóquio, em 1995).
O maestro também motivou a criação da Cité de la Musique, conjunto de construções e serviços dedicados à música em Pont-de-Flandre, em Paris, inaugurada em 1995, e da filarmônica de Paris, aberta em janeiro de 2015, sem sua presença, porque já estava doente.