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'Flip Portuguesa' tem forte sotaque e humor brasileiro

ELIANE TRINDADE, ENVIADA ESPECIAL ÓBIDOS*, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - A primeira edição do Folio, festival internacional de literatura realizado em Óbidos, em Portugal, para promover a expressão da cultura lusófona, tem forte sotaque, ginga e humor genuinam

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Publicado em 24.10.2015, 17:40:00 Editado em 27.04.2020, 19:55:33
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ELIANE TRINDADE, ENVIADA ESPECIAL
ÓBIDOS*, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - A primeira edição do Folio, festival internacional de literatura realizado em Óbidos, em Portugal, para promover a expressão da cultura lusófona, tem forte sotaque, ginga e humor genuinamente brasileiros.
De estilos e gerações distintas, Luis Fernando Veríssimo, 79, e Gregório Duviver, 29, levaram às gargalhadas portugueses e turistas que lotaram as tendas e vielas da cidade medieval a 84 km de Lisboa.
Os brasileiros foram protagonsitas de algumas das mesas mais disputadas do festival que se encerra neste domingo (25). Na tarde de sexta-feira (23), Duvivier, colunista da Folha de S>Paulo, lançou o livro "Caviar É uma Ova", versão portuguesa e mais completa do livro de crônicas "Put Some Farofa" (Companhia das Letras).
Na terra de Camões, o jovem escritor e humorista brasileiro, que é também sucesso com o coletivo Porta dos Fundos, chega com moral de autor sério.
Fundadora da Tinta da China, editora que apostou no novo humor brasileiro, Barbara Bulhosa conta que a primeira edição do livro de Duviver será de 6 mil exemplares. "Ele tem mais público que um ficcionista, além de ser um sucesso entre os portugueses que já o conhecem da internet."
No lançamento, Duviver dividiu a mesa com o ensaísta Francico Bosco, filósofo que é filho do músico João Bosco. O papo começou com uma troca de gentileza entre os dois cariocas, que são vizinhos no Rio de Janeiro. "Da porta de fundos", brincou Bosco. Duvivier devolveu a graça: "Eu me sinto mais inteligente ao lado do Francisco".
Bosco fez uma preleção sobre o trabalho de Duviver como cronista, qualificado como "voz essencial contra o conservadorismo paranóico de direita que se prolifera no Brasil de hoje".
Na plateia da Tenda dos Autores, um atento Veríssimo acompanhou o bate-papo e foi reverenciado pelos colegas brasileiros.
"Escrevi livros que gostaria que fossem do Veríssimo, mas são meus. E ele ainda me deu a orelha desse aqui, senão eu seria um Van Gogh", brincou Duvivier.
Na tarde deste sábado (24), foi a vez de Veríssimo dividir uma das mesas do festival com o português Ricardo Araújo Pereira. Esgotaram-se rapidamente os ingressos para o encontro dos "dois maiores escritores de humor no mundo de língua portuguesa", segundo definiu a organização do evento.
Para o curador do Folio Literatura, José Eduardo Agualusa, o forte sotaque brasileiro da primeira edição foi proposital. "A maioria dos visitantes daqui são brasileiros e a maioria dos compradores de livros, também", explica o escritor angolano. "Então, quando me chamaram para fazer a curadoria do evento pensaram em alguém que tivesse esse trânsito entre Brasil e África.".
Na montagem das atrações literárias, Agualusa diz que procurou misturar nomes pops e outros desconhecidos. Cita um exemplo da mesa que reuniu o moçambicano Mia Couto, um escritor que é biólogo, e o brasileiro Sidarta Ribeiro, um neurocientista interessado em livros, para falar sobre ciência e literatura na quinta-feira (22). "As pessoas vieram ver o Mia, mas saíram fascinados com o Sidarta."
E o Brasil continuou na pauta com Ruy Castro, também colunista da Folha, e Nelson Motta numa conversa sobre o Rio de Janeiro, com o gancho dos 450 anos da Cidade Maravilhosa. "E olha que ele é mineiro e eu sou paulista", frisou Motta.
No domingo (25), a presença brasileira é de João Paulo Cuenca, que faz atualmente uma residência literária em Óbidos. Logo na chegada à cidade medieval, dominada ao alto pelo castelo e circundada por muralhas, os visitantes do Folio podem ser recepcionados por um grupo musical brasileiro batucando e cantando "É d'Oxum (composição do baiano Jerônimo e sucesso nas vozes de Gal Costa e Daniela Mercury).
O refrão "Eu vou navegar nas ondas do mar" embala o caminhar pela rua principal de pedras. O calçamento remete ao clima de Paraty, mas longe do litoral, no entanto, a "Flip portuguesa" lembra bem mais a topografia acidentada de uma Ouro Preto.
*A repórter viajou a Portugal convite da organização do festival

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