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Desenhista dos estúdios da Disney está morando em Jandaia do Sul

Márcio J. Lima. Você já ouviu este nome? É bem provável que não, mas, se gosta de desenhos animados ou têm filhos pequenos, com certeza, conhece o clássico da Walt Disney “A Princesa e o Sapo”. Márcio J. Lima, 39 anos, que mora há dois anos em Jandaia do

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.10.2015, 12:02:00 Editado em 27.04.2020, 19:55:53
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Márcio J. Lima. Você já ouviu este nome? É bem provável que não, mas, se gosta de desenhos animados ou têm filhos pequenos, com certeza, conhece o clássico da Walt Disney “A Princesa e o Sapo”. Márcio J. Lima, 39 anos, que mora há dois anos em Jandaia do Sul com a esposa Dulce, 38, e os filhos Calebe, 6, e Núria, 2, é um dos ilustradores do longa-metragem. Ele assina cinco cenas em especial. Não pense que é pouco. Para cada segundo de exibição são necessárias 24 imagens. 

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J. Lima, como é conhecido profissionalmente, ilustrou as cenas dos sapos remando na lagoa, o momento que conhecem o crocodilo, o pedido de casamento do príncipe Naveen a Charlotte, o crocodilo com o trompete e a fuga dos crocodilos. Todas as ilustrações foram feitas com lapiseira 0.3. “Na época fizemos um teste com a mesa digitalizadora, mas o diretor queria o filme em 2D. Nada muito sofisticado. Foi o último longa feito neste segmento pela Wall Disney”, conta.  

O ilustrador, que adorava desenhar deste menino, frisa que o longa-metragem foi produzido, do início ao fim, na mesa de luz, como o Wall Disney fazia antigamente. “Foi um filme bem tradicional”, avalia. O filme “A Princesa e o Sapo”, baseado no conto do “Príncipe Sapo”, é o primeiro longa produzido com animação tradicional desde “Nem que a Vaca Tussa / O Paraíso da Barafunda”, de (2004). Dirigido por Ron Clements e John Musker, a participação de J. Lima no filme ocorreu em 2006. A estreia do longa foi em 2009. “Consegui trabalhar neste filme por intermédio do meu professor Aroldo Guimarães Netto, dono da HGN Produções, de São Paulo, que já tinha trabalhado na Disney e foi meu grande incentivador. Ele foi o contratado e montou uma equipe de 25 brasileiros em São Paulo, para trabalhar com ele”, revela.

Ao integrar a equipe, J. Lima passou por um verdadeiro teste de aptidão. “Foi de suar camisa. A Disney tem um padrão altíssimo de qualidade”, ressalta. Até hoje ele lembra da primeira cena que desenhou. “Foi quando Charlotte é pedida em casamento pelo príncipe Naveen. Assim que terminei enviei para o estúdio na Flórida (USA) e voltou cheia de correções em inglês. Traduzia e refazia a cena e envia novamente para avaliação, até acertar”, recorda. Na segunda cena, o ilustrador já estava mais qualificado e acertou de “cara”. “E quanto mais cenas acerta, mais cenas passam. Foram cinco no total”, afirma.  

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Um novo jeito de viver
Após passar por vários cursos de capacitação, iniciar os cursos de Artes e Publicidade e fazer estágio nas agências M51 e E3, que está entre as mais conceituadas de São Paulo, J. Lima, que sempre contou com o apoio incondicional da esposa Dulce, percebeu que tinha em suas mãos uma ferramenta valiosíssima: a internet. Com isso, ao invés de ser funcionário, apostou em ser dono do próprio negócio. E mais: tudo digital. Nada de escritório físico, secretária e afins. “A ideia era que ficássemos totalmente móveis”, confidencia. Morando em Campinas, sua cidade natal, colocou a ideia em prática em meados de 2005. No ano seguinte foi convidado para participar da ilustração do filme “A Princesa e o Sapo”.

“Começamos a nos equipar e criar redes sociais e o site Fábrica de Desenhos. Desta forma conseguimos nos comunicar com público e a divulgar o nosso trabalho”, afirma. “Todos os clientes e todos os alunos atendemos 100% on-line. Não exige um escritório grande, não exige um horário fixo, posso trabalhar despojado, parar e tocar um pouco de violão e depois voltar ou pegar o iPad e ir até a pracinha e desenhar”, enumera as vantagens de trabalhar em casa. Por outro lado, apesar da aparência de vida mansa, o cartunista observa que é fundamental cumprir os prazos e entregar tudo com qualidade.


“É uma maneira totalmente alternativa de viver e ganhar dinheiro. Tanto é que nos levou a pensar se continuaria valendo a pena morar em Campinas, próxima dos grandes clientes, já que com a internet não existe distância”, observa. Com esta ideia na cabeça, ele a esposa saíram em busca de um novo endereço, mais tranquilo, que pudessem criar os filhos sem medo de sair às ruas. Foi assim que durante uma palestra no Colégio Passionista São José conheceu Jandaia do Sul. “Em 2009, eu fechei um ciclo de palestras na rede Passionista e acabei conhecendo Jandaia e adorei o lugar”, revela.

Após algumas pesquisas sobre a cidade, eles decidiram arriscar e mudaram para cá há dois anos. Uma casa discreta em uma rua tranquila não é apenas o endereço do casal, funciona também a empresa. “Daqui atendo clientes de Londres, Portugal, Espanha, Japão, Dubai, Estados Unidos e São Paulo. Tudo via e-mail Skype e WhatsApp. No início os clientes estranharam, mas hoje é normal. Não conheço ninguém pessoalmente”, garante. Além de trabalhar como ilustrador, J. Lima é autor de oito livros sobre desenhos e também atua como professor de desenhos on-line ministrando os cursos de caricaturas, cartuns, animação, lápis de cor, anatomia, cenários e quadrinhos.

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Vida off-line
Apesar de estar sempre conectado, aos fins de semana ele fica off-line. “Fim de semana ‘desplugo’, não vejo nada. Todo mundo precisa recarregar, senão fica fadigado. Quando eu volto, me sinto melhor do que se estivesse trabalhado o tempo inteiro”, avalia. Aos fins de semana, J. Lima e a família adoram conhecer a região. “No início, nos amigos e até familiares, acharam uma loucura deixarmos uma cidade grande, mas queríamos um lugar que não tivesse nem Mac Donald’s, para que os meus filhos tivessem experiências boas”, afirma. É comum a família sair para passear na pracinha local, tomar sorvete e andar de bicicleta. “Em Campinas não conseguíamos fazer isso sem o medo de ser assaltado”, diz.

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