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Filme sobre assassinato de premiê israelense injeta política no Festival de Veneza

GUILHERME GENESTRETI, ENVIADO ESPECIAL VENEZA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) - "O Estado de Israel nunca mais será o mesmo." A fase de toada pessimista domina o longa "Rabin, The Last Day", que o diretor israelense Amos Gitai apresenta no Festival de Cinema de Ven

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.09.2015, 14:50:21 Editado em 27.04.2020, 19:56:48
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GUILHERME GENESTRETI, ENVIADO ESPECIAL
VENEZA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) - "O Estado de Israel nunca mais será o mesmo." A fase de toada pessimista domina o longa "Rabin, The Last Day", que o diretor israelense Amos Gitai apresenta no Festival de Cinema de Veneza.
O thriller político reconstitui a investigação sobre o assassinato do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, morto a tiros em 1995 por um extremista judeu contrário aos acordos de paz firmados pelo premiê com os palestinos.
"Rabin é ao mesmo tempo o centro buraco negro desse filme: a trama é construída em torno dele, mas eu não quis retratá-lo, não queria competir com a sua figura pública", disse Gitai, que já abordou os conflitos na região em obras como "O Dia do Perdão" (2000) e "Free Zone" (2005).
O assassinato é reconstruído por meio de gravações documentais da noite em que o premiê foi alvejado, num enorme comisso pela paz em Tel Aviv. Em seguida, Gitai encena a comissão que apurou a morte, expondo as falhas da segurança e o atendimento médico, e o universo do atirador, um fundamentalista judaico.
Apesar do tema, Gitai descarta comparações com "JFK" (1991), de Oliver Stone, sobre o assassinato de John Kennedy. "Não acho que tenha sido uma conspiração no meu caso. A morte de Rabin era anunciada nos muros. Foi cometida para desestabilizar a democracia."
O diretor afirma que lançar o longa vinte anos após o caso repercute no presente.
"É para olharmos o passado não para manter uma memória sentimental, mas para compreender um momento em que houve um breve momento de esperança, de diálogo entre israelenses e palestinos."
Conhecido por opiniões bastante diretas sobre o conflito, Gitai afirmou que os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza "são terras dos palestinos". "Nós temos que conviver com eles", disse. "Para se ter paz, você tem de considerar o outro."
Sobre o assassino, hoje encarcerado, disse: "Ele era só a mão que empunhava a arma, e é por isso que não é o centro do filme."
O diretor contou ter se embasado em documentos e testemunhos prestados à comissão que apurou a morte para encenar, por exemplo, rituais religiosos em que rabinos incitavam a morte do premiê, invocando princípios ortodoxos como o "din rodef", a permissão ao homicídio contida no Talmude.
Numa edição em que o lado político tem sido pouco mencionado -a atriz Tilda Swinton e o diretor Tom Hooper citaram de passagem a questão dos refugiados-, Gitai deu início à entrevista coletiva pedindo que os presentes fizessem um minuto de silêncio por Riham Dawabsheh, palestina atacada por extremistas israelenses na Cisjordânia, que teve a morte anunciada nesta segunda (7).

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