Há três meses, Patricia Arquette fez um discurso histórico no Oscar pedindo igualdade de salários e oportunidades para as mulheres em Hollywood. Três meses depois, o debate chegou forte a Cannes. A "Variety", bíblia do mercado de cinema americano, promoveu um encontro para debater o tema em parceria com a UN Women, órgão da ONU que promove a igualdade de direito para as mulheres.
O próprio evento, pequeno, já mostrava o quanto o tema ainda merece um espaço maior. No palco, só mulheres - Claudia Eller, editora da "Variety", diz que convidou vários executivos dos estúdios americanos, mas nenhum aceitou o convite. Na plateia, cerca de 70% dos interessados eram mulheres.
A representante da UN Women começou levantando os dados: em 2014, na lista de filmes mais vistos no mercado americano, apenas 12% têm uma mulher como protagonista. Nessa mesma lista, apenas 11% dos filmes têm uma mulher por trás das câmeras como diretora.
A atriz e produtora Salma Hayek ("Frida") foi a mais inflamada no debate. "O cinema subestima a inteligência das mulheres há muito tempo. Os estúdios continuam achando que a gente só quer ver comédia romântica. Por que as mulheres pararam de ir ao cinema e começaram a ver TV? Porque a TV parou para nos escutar. E ainda assim Hollywood não usa um caso como o de 'Sex and the City' para fazer mais filmes nessa linha", critica. "E os cachês nunca são os mesmos. O único lugar onde a mulher ganha mais do que o homem é no cinema pornô".
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