O grande avanço da ciência marcado pelo primeiro sequenciamento do genoma (conjunto de genes de uma espécie) do homem, no ano 2000, abriu aos cientistas um novo campo de exploração, o de 21 mil proteínas do corpo humano e o papel que elas desempenham em doenças como o câncer.
Esse é o objetivo de um programa internacional de pesquisas, chamado Tripo I, que os cientistas rebatizaram de "i cube", capitaneado pelo canadense Benoit Coulombe, diretor do laboratório de transcrição genética e proteômica (ciência que estuda o conjunto de proteínas) do Instituto de Pesquisas Clínicas de Montreal, no Canadá.
O biólogo diz que, "com o sequenciamento do genoma, obtivemos uma lista de todas as proteínas que formam o corpo humano e conhecemos sua sequência, mas em grande proporção, elas nunca foram vistas, nem estudadas".
A função principal do DNA no corpo é servir como uma espécie de "livro de receitas" para a produção de proteínas. Quando se fala nesses compostos orgânicos as pessoas geralmente fazem uma associação com a alimentação, mas as proteínas são muito mais importantes: elas determinam, entre outras coisas, a aparência de um organismo e também como ele produz energia e combate infecções.
Estudando algumas proteínas que podem estar vinculadas com alguma doença da pele, por exemplo, descobriu-se uma nova, responsável por uma forma específica do problema. Essa pesquisa é fundamental para, um dia, encontrar o tratamento correto, já que, embora se conheça o gene culpado pela doença, é impossível até agora modificar o DNA em todas as células. Mas se pode agir sobre as proteínas, dando a elas a forma correta, explica o especialista.
O programa Triplo I envolve laboratórios canadenses, americanos, austríacos, alemães e suíços. Cada grupo de pesquisadores faz as mesmas experiências com trinta proteínas e depois comparam os resultados.
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