Alvo de polêmica desde o assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele, Raoni, há uma semana, o chá de ayahuasca, conhecido popularmente como “Santo Daime”, é consumido por comunidades indígenas da Amazônia há pelo menos 300 anos.
Relatos históricos dão conta de mais de 70 grupos que usavam a ayahuasca – e suas mais de 40 diferentes denominações – nos países ao longo da Amazônia (Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela e Bolívia). O uso nas tribos estava relacionado ao xamanismo, às práticas de cura e aos mitos de origem dos grupos, diz a antropóloga Beatriz Labate, autora de vários livros sobre a ayuahasca.
Há quem acredite que a substância já seria utilizada pela civilização inca (a palavra “ayahuasca” tem origem quéchua), "embora não haja evidências arqueológicas", diz Henrique Carneiro, do Departamento de História da USP.
Mas foi só nos anos 30, quando o seringueiro brasileiro neto de escravos Raimundo Irineu Serra (1892-1971), o mestre Irineu, fundou a doutrina do Santo Daime, que a bebida passou a ter seu uso incorporado à religião a qual teve o nome vinculado.
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