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Ativista gay faz documentário trágico sobre companheiro

Não fosse um acidente trágico, provavelmente a vida desse jovem casal americano andaria de vento em popa. Juntos havia seis anos, eram sócios em uma empresa, tinham casa própria, um cãozinho e passaportes carimbados pelo mundo afora. Shane Crone e Tom Bri

Da Redação

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Ativista gay faz documentário trágico sobre companheiro
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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.10.2013, 16:33:00 Editado em 27.04.2020, 20:22:52
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Não fosse um acidente trágico, provavelmente a vida desse jovem casal americano andaria de vento em popa. Juntos havia seis anos, eram sócios em uma empresa, tinham casa própria, um cãozinho e passaportes carimbados pelo mundo afora. Shane Crone e Tom Bridegroom já se consideravam casados, faltava apenas a tão sonhada união formalizada pelo estado.

Não deu tempo. A história de amor desse casal foi interrompida pelo destino, quando Tom caiu de um telhado e morreu, em maio de 2011, meses antes de a Califórnia liberar o casamento gay.

S
eu companheiro, Shane, nem teve chance de se despedir. A caminho do velório, foi surpreendido por um aviso da família do morto: sua presença não era bem-vinda. “Eles não admitiam ter um filho homossexual e ainda me culpavam de tê-lo influenciado”, contou ao iG o ativista, roteirista e cineasta.}

Para todos os efeitos, Tom e Shane eram apenas bons amigos. “Se tivéssemos nos casado, tudo teria sido diferente”, desabafa Shane. A revolta por ter perdido seu grande amor – e ter tido parte de sua história apagada na marra pela família do companheiro - mudou a vida de Shane. Em março de 2012, ele deu voz à sua luta pelos direitos igualitários dos homossexuais por meio de um vídeo publicado no Youtube.

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“It Could Happen to You” (Poderia ter acontecido com você) rapidamente se alastrou na rede e teve quase 5 milhões de visualizações. “Fiz um vídeo-tributo para homenagear Tom e alertar as pessoas de que isso poderia acontecer com elas”, conta.

Ao tomar conhecimento do viral, a diretora Linda Bloodworth Thomason ficou tocada e resolveu transformar a história de Tom e Shane no documentário “Bridegroom”. “Linda disse que a minha história tinha de ser contada, pois abriria o coração e a mente de muitas pessoas.”

Muita gente concordou com ela. Com recorde de arrecadação coletiva (o crowdfunding para a produção do filme teve colaboração de 65.000 pessoas), o documentário ajudou a cicatrizar parte das feridas de Shane. “Fez muito bem para mim dividir minha história e ajudar milhares de jovens que passam por situções parecidas. Mas não foi fácil, doeu muito.”


Sua militância chamou a atenção do ex-presidente Bill Clinton, que passou a abraçar sua causa, e inclusive participou do lançamento do documentário no Tribeca Film Festival deste ano. “Nunca imaginei que viria tanta energia positiva de algo tão trágico.”

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Shane nunca mais falou com os pais de Tom. Mas recebeu elogios de alguns familiares do ex-companheiro. “Eles disseram que fiz a coisa certa e que Tom ficaria muito orgulhoso de mim. Foi muito bom escutar isso.”

Ele não sabe mensurar o impacto que o filme terá sobre a sociedade norte-americana. Afinal, cada estado possui sua legislação e 30 deles ainda não permitem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. “Ainda há uma longa estrada pela frente”, ele afirma. “Com certeza Tom estaria comigo nesta batalha”, acredita o ativista, que ainda está vivendo o luto. Desde a morte de Tom, não teve nenhum relacionamento.

“Neste momento, encontrar alguém não é meu foco. Mas a gente nunca sabe o que pode acontecer amanhã.” As memórias do tempo que passou ao lado do ex-companheiro ainda estão frescas. Ao se despedir da reportagem, Shane se lembra da viagem que o casal fez junto ao Rio de Janeiro. Com voz embargada, declara: “Foi a melhor de todas. Sou muito agradecido por ter vivido essa experiência com Tom. Ficará para sempre no meu coração”.

“Bridegroom” estreou no Netflix no domingo (27).

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