O telescópio Herschel, o maior já lançado ao espaço, começou a fornecer dados surpreendentes sobre o universo profundo, que estão mudando a compreensão que os astrônomos tinham até agora da origem das estrelas e da evolução das galáxias.
Engenheiros e cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) apresentaram nesta quinta-feira (6) em Noordwijk (Holanda) os primeiros resultados obtidos da análise de seus dados, em uma data em que está prestes a completar um ano do lançamento do observatório, fruto da cooperação de mais de 20 países europeus.
As gêneses de uma estrela "impossível", a descoberta de vapor de água ionizado - o chamado "quarto estado" -, ou a constatação de que o ritmo de formação de estrelas se diminuiu são alguns dos resultados debatidos nesta semana em Noordwijk pela comunidade científica e apresentados hoje aos meios de comunicação.
A partir do espaço, longe do muro que representa a atmosfera terrestre, Herschel oferece aos astrônomos imagens mais distantes do Universo (e primitivas), captadas por meio da radiação infravermelha. Seu "olho", de resolução e sensibilidade inigualável, pode penetrar até as regiões mais frias do Universo, completamente opacas aos demais telescópios.
É a mesma sensação do camponês que entrava em uma catedral na época medieval, comentou durante a apresentação David Southwood, diretor de Ciência e Prospecção Robótica da ESA.
Os astrônomos que decifram os dados de Herschel se sentem, insistiu Southwood, como autênticos pioneiros, como Cristóvão Colombo quando avistou o Novo Mundo.
Nesses meses, Herschel revelou milhares de galáxias e nuvens da Via Láctea imersas no processo de formação de estrelas. Uma de suas observações, na nebulosa RCW 120, revelou pela primeira vez em estado embrionário uma estrela "impossível", isto é, um astro com uma massa 8 vezes superior a do Sol, algo que segundo as teorias astrofísicas atuais não ocorria.
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