Se não fosse pelas confusões de um esquilo dentuço desesperado por uma noz, o mundo não teria a configuração atual. Tudo talvez continuasse como um imenso bloco de terra único no meio do planeta, cercado por muita água. Mas graças ao famoso Scrat da série A Era do Gelo, os continentes se separaram.
Assim conta a quarta parte da franquia, A Era do Gelo 4, que estreia em cópias 3D e convencionais, ambas em opções dubladas ou legendadas.
Pode ser apenas uma coincidência, mas a saída do brasileiro Carlos Saldanha (Rio) da direção da série resultou no longa mais fraco de todos -com uma história sem a mesma criatividade e humor dos três anteriores, embora as qualidades técnicas permaneçam intactas.
A direção agora está a cargo de Steve Martino (Horton e o Mundo dos Quem) e Mike Thurmeier, dupla que já dirigiu curtas baseados em personagens da série.
O começo é promissor, quando a família da preguiça Sid (voz de John Leguizamo/Tadeu Mello), ainda mais doida do que ele, resolve visitá-lo, mas apenas para abandonar com ele a avó (Wanda Sykes/Nádia Carvalho) desdentada e sem muito juízo. A velhinha -que muito lembra a vovó da série A Família Dinossauro- é a melhor adição ao elenco da série.
A trama gira em torno da separação dos continentes quando de um lado, ilhados, ficam o mamute Manny (Ray Romano/Diogo Vilela), o tigre Diego (Denis Leary/Márcio Garcia), Sid e a Vovó, enquanto de outro ficam a mulher do mamute, Ellie (Queen Latifah/Carla Pompílio), a filha do casal, Amora (Keke Palmer/Bruna Laynes), e vários outros animais tentando se salvar dos desabamentos de paredões de rocha e outras transformações radicais de seu ambiente natural.
O que impulsiona a história é a tentativa de Manny e seu grupo se reunirem novamente com a família e amigos. À deriva no oceano em cima de um bloco de gelo, encontram em seu caminho um navio pirata, capitaneado por um macaco maluco e maquiavélico, Capitão Entranha (Peter Dinklage/Jorge Vasconcellos), que tem como imediato uma tigresa, Shira (Jennife Lopez/Andréa Suhet).
A Era do Gelo 4 se torna mais um filme de ação com a entrada no navio pirata e seus personagens -que lembram, algumas vezes, versões deturpadas do protagonista, como o elefante-marinho Flynn (Nick Frost/Mauro Ramos), que parece uma espécie de Sid do mal, fazendo trapalhadas até parecidas.
Como em muitas animações, os animais são humanizados e suas relações adquirem outro significado. Amora é a típica adolescente que faz de tudo -até renunciar à sua identidade- para poder entrar em um grupo de jovens descolados. Olhando por uma perspectiva adulta, é uma temática um tanto batida – mas para o público-alvo do filme, aqueles que estão entrando na adolescência, esse tipo de ansiedade e insegurança falam diretamente.
Sem a graça dos três primeiros episódios da série, A Era do Gelo 4 dá sinais de cansaço da franquia, sem conseguir se reinventar. Fosse mais curto, seria um episódio de um desenho de televisão, porque nunca vai além do que já fez -embora, como é de costume, o final deixe um gancho para uma futura continuação. Tudo depende do sucesso desta parte.
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.07.2012, 21:33:00 Editado em 27.04.2020, 20:42:28
Siga o TNOnline no Google NewsContinua após publicidade
continua após publicidade
Deixe seu comentário sobre: "“A Era do Gelo” chega a 4º episódio com pouca graça"