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Conheça a rotina da banda militar da presidência da República

No ritmo dos tambores e das clarinetas, homens do 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (RCG) preparam a invasão da área em frente ao Palácio do Planalto. O passo firme dos militares, que ostentam capacetes dourados com um longo e negro penacho semelhant

Da Redação

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Conheça a rotina da banda militar da presidência da República
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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.03.2012, 21:53:00 Editado em 27.04.2020, 20:43:23
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No ritmo dos tambores e das clarinetas, homens do 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (RCG) preparam a invasão da área em frente ao Palácio do Planalto. O passo firme dos militares, que ostentam capacetes dourados com um longo e negro penacho semelhante a crina de um cavalo, assusta num primeiro momento. Logo eles começam a executar uma música que não é estranha aos ouvidos dos turistas ao redor: é Ai, se eu te pego, a canção-chiclete de Michel Teló.

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Conduzida pelo regente, o capitão Almeida Machado da Costa, de 55 anos, a fanfarra dos Dragões da Independência realiza um show à parte na semanal troca da bandeira em frente ao local de trabalho da presidente Dilma Rousseff. Tocam de marcha militares a canções de artistas populares, como Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Beatles, Elvis Presley, Frank Sinatra, Lady Gaga e Shakira.

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- A nossa função é dar alegria. Somos a comunicação social do Exército.

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Para dar essa alegria aos turistas, que todas as sextas-feiras comparecem à Praça dos Três Poderes para a cerimônia de troca da bandeira, são necessárias duas horas de ensaio diárias. Antes disso, no entanto, há uma preparação ainda maior. Para entrar na banda do RCG, os militares precisam provar seus conhecimentos musicais e também equestres.

Adaptação

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O capitão Almeida conta que todos os instrumentos são adaptados. Por fazerem parte de um batalhão de cavalaria, os músicos precisam aprender a tocar com apenas uma das mãos, enquanto a outra é obrigada a segurar a rédea dos cavalos. Não é sempre que isso ocorre, mas vira e mexe algum comandante dá a ordem e os músicos são obrigados a montar nos animais empunhando um saxofone, um trompete ou um trombone.

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- Só não pode ser na segunda-feira. Os bichos ficam muito agitados nas segundas-feiras.

Foi numa dessas segundas-feiras, em junho do ano passado, que o regente vivenciou um episódio que só não é rotina para os militares porque o treinamento é incessante. Almeida subiu no cavalo, que não estava lá muito simpático no dia, e acabou sendo arremessado para trás. Caiu sobre o antebraço e fraturou o rádio. Teve de ser submetido a uma cirurgia e ainda passará por outra.

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- Esse convívio tem de ser trabalhado. E mesmo assim estamos sujeitos ao humor dos cavalos. Com os instrumentos, então, é um olho no padre e outro na missa. Mas o animal gosta da música. Esse mesmo sentimento que o ser humano tem, de apreciar uma bela canção, o cavalo também tem. Ele bate a pata, ele gosta.

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Repertório

O regente, no entanto, não sabe dizer se os animais gostam mais das marchas militares ou das músicas populares. Para dosar bem a divisão entre a obrigação e o divertimento, o CMP (Comando Militar do Planalto), responsável pela guarda e segurança presidencial, é quem define o repertório a ser executado. Pelo menos a parte militar, porque o capitão Almeida gosta de abrir exceções até mesmo para sugestões de última hora.

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- Na maioria das vezes, eu defino a parte popular e há casos em que o CMP pede uma música, mas eu gosto mesmo é de atender ao público. Se eles pedem e tem no nosso repertório, tocamos.

E nessa de tocar o que o público pede, a fanfarra do RCG já até homenageou o rei do pop, Michael Jackson, na semana de sua morte, em junho de 2009. Tocaram os clássicos Thriller e Billie Jean. Quando o brega-romântico Wando morreu em 8 de fevereiro, o regente logo quis homenageá-lo.

- Quero tocar Brasileirinho e Aquarela do Brasil, por causa do carnaval, mas não podemos deixar passar a morte do Wando em branco. Quem sabe ele não aparece de última hora?

Formada por 85 músicos, a fanfarra leva esse nome por ser uma banda militar de cavalaria. Criada em 5 de dezembro de 1810, veio para Brasília em 1967, com a transferência do RCG do Rio de Janeiro para nova capital.

Há, ainda, duas outras bandas: uma no 2º RCG, no Rio de Janeiro, e outra no 3º RCG, em Porto Alegre. Mas ninguém tem dúvidas de que a atração maior são aqueles que ficam ali, perfilados sob a rampa presidencial, tocando Ai, se eu te pego para delírio dos turistas.

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