A gritaria e o fanatismo dos admiradores de Britney Spears ainda continuam os mesmos e, no aperto dos maiôs e tops, nem parece que a cantora está tão acima do peso como se diz. Foram essas as principais constatações dos 30 mil fãs da cantora americana, que viram Britney cantar, dançar e, claro, dublar durante uma hora e meia de show nesta sexta-feira (18) na Arena Anhembi, em São Paulo.
“'Como está São Paulo? Tudo bem? Não consigo escutá-los”, provocou Britney, logo no começo da apresentação, às 22h05. Sem banda de apoio, Britney é escudada apenas por dois DJs com sintetizadores e teclados, oito bailarinos e por Felipe, garoto pinçado da plateia para quem Britney faz uma dança sexy ao som de “'Lace & leather”'.
As coreografias pouco exigem da desenvoltura da moça. Ela se abana de leve enquanto sacoleja timidamente (“'Piece of me”') e senta em caixa de som e só mexe as mãos (“'Big fat bass”', dueto com um Will.I.Am virtual, que surge nos telões).
Saia esvoaçante
Em “'If u seek Amy”, ela pouco se movimentou: a saia esvoaçante faz todo o trabalho. Outras coreografias, acredite, são ainda mais econômicas. Mas nada que faça o fã-clube reclamar.
Após mais um interlúdio em vídeo - ao todo são quatro -, ela finalmente retorna com seu bordão “'It's Britney, bit'h”'. E, finalmente, com a barriga descoberta, quando desfila pelo palco ao som de “'Gimme more”', do ótimo “'Blackout”', de 2007.
O repertório segue a mesma sequência apresentada nos últimos meses na Europa, nos Estados Unidos; e no Rio de Janeiro, na terça-feira (15). É o CD “Femme fatale”, lançado em março deste ano, que dá sustentação ao setlist. Boas faixas como “'How I roll”' e “'(Drop dead) Beautiful”' ajudam a dar uma renovada no set de turnês anteriores.
Na primeira vinda ao Brasil, na falta dos quilinhos a mais de hoje, o assunto extra-musical foi apenas o uso de playback. Mesmo tendo sida escalada para a noite dedicada à música pop, na terceira edição brasileira do Rock in Rio, Britney foi achincalhada pela forte presença de bases de voz pré-gravadas, tão comuns em shows de popstars.
Os truques de mais de dez anos atrás permanecem, e os maiores trunfos não estão só no começo da discografia de Britney. As reações do público em “'Toxic”', “'...Baby one more time”' (em versão bem diferente da original) e “'I'm a salve 4 u” mostram que hits pré-2003 estão vivos. Mas como a mais cantada da noite foi a novíssima “'Till the world ends”', fica fácil afirmar que Britney tem mais lenha do que gordurinhas para queimar.
Das 12 músicas do álbum mais recente, oito são incluídas, com destaque para “Hold it against me” (que abre o show) e a versão remixada de “Till the world ends”, que fecha o expediente.
Como a tentativa é de transformar os espaços de shows em boates, não há chance para faixas mansas. Por esse motivo, quase todas as baladinhas espalhadas pela carreira da moça são ignoradas.
“Sometimes”, “From the bottom of my broken heart”, “Lucky” e “Everytime” ficam de fora. A única que representa a faceta mais emotiva e menos acelerada de Britney é “Don’t let me be the last to know”, que ela canta sentada em um balanço. A canção, lançada em 2001, tem o produtor Robert “Mutt” Lange (autor de “You and I”, de Lady Gaga) e sua mulher Shania Twain entre os compositores.
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