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Vendas de produtos químicos recuam 10,06% e demanda cai 6,4% no 1º bimestre

Os principais índices de volume dos produtos químicos de uso industrial tiveram resultados negativos no primeiro bimestre de 2022 com relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas internas diminuíram 10,06% e a demanda local, medida pelo consumo apa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.03.2022, 12:39:00 Editado em 31.03.2022, 12:45:06
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Os principais índices de volume dos produtos químicos de uso industrial tiveram resultados negativos no primeiro bimestre de 2022 com relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas internas diminuíram 10,06% e a demanda local, medida pelo consumo aparente nacional (produção mais importação, menos exportação) caiu 6,4%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 31, pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

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Por outro lado, a valorização do real (de quase 8%) entre janeiro e fevereiro fez com que as importações recuassem 23,4%, refletindo diretamente na elevação das exportações e do índice de utilização da capacidade instalada, respectivamente 3,1% e 78%. Ainda nos dois primeiros meses de 2022, a produção teve alta de 1,51% sobre igual período do ano passado, alavancada pelos grupos cloro e álcalis (29,58%), intermediários para fertilizantes (19,20%) e intermediários para plásticos (19,82%).

No que se refere aos preços, o segmento de químicos apresentou deflação nominal de 3,16%, conforme resultados do IGP Abiquim-Fipe, no acumulado do primeiro bimestre do ano, após alta, também nominal, de 62,3% entre janeiro e dezembro de 2021.

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De acordo com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, não se pode deixar de mencionar as preocupações advindas do conflito entre Rússia e Ucrânia e os seus efeitos adversos no que diz respeito à disponibilidade de gás russo para o mercado europeu e de intermediários para fertilizantes para o suprimento da agricultura nacional.

"Para além da alta nos preços das commodities (o barril de petróleo tipo Brent foi vendido a US$ 112,5 o barril no final de fevereiro, a nafta petroquímica a US$ 857 a tonelada e o gás natural saltou para mais de US$ 30/MMBTU na Europa), há perspectivas de fortes impactos nos preços dos produtos químicos no mercado internacional para os próximos meses e nos custos relacionados à logística internacional", diz ela.

No Brasil, pela necessidade de maior despacho das termelétricas movidas a gás e com o aumento do GNL importado houve impacto também nas tarifas de energia elétrica.

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Tais fatores, acrescenta a executiva, têm pressionado a inflação doméstica, o que levou o Comitê de Política Monetária (Copom) a elevar a taxa básica de juros da economia para o patamar de 11,75%. O IPCA-IBGE ficou em +1,01% em fevereiro de 2022, acumulando alta de 10,54% nos últimos doze meses (vale ressaltar que a meta de inflação para 2022 é de 3,5%, tendo sido definidos como limites inferior e superior as taxas de 2,0% e de 5,0%, respectivamente).

Fátima afirma que o momento pede uma reflexão urgente: Além das outras questões, a química especificamente, segundo ela, corre o risco de perder o Regime Especial da Indústria Química (Reiq). Caso isso ocorra, diz, a ausência deste incentivo intensificará a falta de competitividade da produção local, fator que já levou à descontinuidade de diversas linhas de produção nos últimos anos e, consequentemente a um nível elevado de importações e a dependência brasileira em setores tão estratégicos, como o agronegócio.

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