MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Venda de veículos segue aquecida após fim dos descontos patrocinados pelo governo, diz Anfavea

As vendas de carros seguiram aquecidas após o fim dos descontos patrocinados pelo governo, segundo a Anfavea, entidade que representa as montadoras. Conforme números levados nesta segunda-feira, 7, pela entidade à apresentação mensal de resultados, as ven

Eduardo Laguna (via Agência Estado)

·
Escrito por Eduardo Laguna (via Agência Estado)
Publicado em 07.08.2023, 12:58:00 Editado em 07.08.2023, 13:01:39
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

As vendas de carros seguiram aquecidas após o fim dos descontos patrocinados pelo governo, segundo a Anfavea, entidade que representa as montadoras. Conforme números levados nesta segunda-feira, 7, pela entidade à apresentação mensal de resultados, as vendas de veículos leves mostraram na primeira semana de agosto crescimento de 23% na comparação com o mesmo período do ano passado.

continua após publicidade

Na avaliação de Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, o programa do governo, que liberou R$ 800 milhões em créditos tributários para que carros que custam até R$ 120 mil pudessem ser vendidos com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, despertou o interesse pela troca do automóvel.

Um gráfico levado pela associação à apresentação dos resultados de julho mostra que o mercado de carros não perdeu ritmo na última semana do mês, quando as entregas praticamente não tinham mais os bônus do governo.

continua após publicidade

Se daqui para frente, as vendas repetirem o volume de igual período de 2022, os emplacamentos de veículos leves vão terminar o ano com crescimento entre 5% e 7%.

A Anfavea, porém, prefere não mudar por ora a projeção de aumento de 4,1% das vendas no segmento em 2023. "É cedo para fazermos qualquer revisão, o mercado tem oscilado bastante", explicou Leite.

O presidente da Anfavea abriu a coletiva de resultados destacando o ambiente de maior previsibilidade da indústria, dado o fim da crise aguda na oferta de componentes eletrônicos, combinado à melhora de indicadores macroeconômicos, como a redução do desemprego e o crescimento de atividade acima do previsto tanto no Brasil como no restante do mundo, assim como a elevação na nota de crédito do País pela Fitch.

continua após publicidade

Conforme Leite, o início, na semana passada, da redução dos juros de referência, a Selic, tem efeito imediato no mercado de automóveis. "O crédito é fundamental. Essa redução tem efeito imediato, e o efeito no médio prazo é mais benéfico ainda", comentou o executivo.

Os estoques de veículos, que chegaram a 251,7 mil unidades em maio, quando a indústria se preparou para a corrida de consumidores às concessionárias, caíram para 223,6 mil no fim de junho e agora estão em 198,8 mil veículos. É o menor volume nos estoques de fábricas e revendas dos últimos cinco meses, sendo suficiente para 26 dias de venda.

Cenário das exportações

continua após publicidade

O balanço dos resultados da indústria automotiva referentes a julho expôs as dificuldades das exportações do setor frente à retração de mercados vizinhos da América do Sul, onde a indústria também sofre com o avanço de concorrentes asiáticos, e à tributação de produtos brasileiros na Argentina.

Os embarques para o Chile e a Colômbia, que se tornaram destinos importantes para as montadoras nos últimos anos, recuaram 61% e 42%, respectivamente, desde janeiro. Já as exportações para a Argentina recuaram 2,6%, apesar do crescimento de 12% do mercado vizinho no período.

continua após publicidade

O México, na contramão dos demais mercados da região, aumentou em 89% as compras de veículos brasileiros, tornando-se assim o principal destino das montadoras brasileiras ao superar neste ano a Argentina, país que historicamente ocupa esta posição.

"Não fosse o México as exportações teriam caído consideravelmente", disse Márcio de Lima Leite, ao comentar a redução de 10,6% das exportações totais, para 257,6 mil veículos entre janeiro e julho.

Imposto argentino

continua após publicidade

Segundo explicou a direção da entidade, enquanto as exportações ao México se beneficiaram da redução do imposto de importação no comércio de veículos entre os países, zerado no mês passado, a Argentina criou um imposto de 7,5% sobre os produtos brasileiros.

Leite disse que a tributação fez com que a indústria brasileira não conseguisse aproveitar o crescimento do mercado argentino e é "flagrantemente" contra o acordo automotivo bilateral, que prevê o comércio de veículos e peças livre de imposto de importação.

"É um custo a mais para o exportador brasileiro colocar seu produto na Argentina", disse o presidente da Anfavea.

O tema, informou, está sendo tratado com o ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

"O governo da Argentina, num primeiro momento, criou um imposto sobre carro de luxo, de até US$ 25 mil, e agora ampliou esse imposto para todas as importações ... Temos que garantir que o acordo seja cumprido e que haja competitividade dos produtos", acrescentou Leite.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Venda de veículos segue aquecida após fim dos descontos patrocinados pelo governo, diz Anfavea"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!