MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Varejo vê caos com volta de negociação

O governo provocou na semana passada uma corrida nas redes varejistas com a revogação, pelo Ministério do Trabalho, de uma portaria de 2021 que permitia a abertura do comércio aos domingos e feriados a partir de um acordo entre o estabelecimento e o traba

Cristiane Barbieri (via Agência Estado)

·
Escrito por Cristiane Barbieri (via Agência Estado)
Publicado em 20.11.2023, 08:00:00 Editado em 20.11.2023, 08:07:57
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O governo provocou na semana passada uma corrida nas redes varejistas com a revogação, pelo Ministério do Trabalho, de uma portaria de 2021 que permitia a abertura do comércio aos domingos e feriados a partir de um acordo entre o estabelecimento e o trabalhador, sem a necessidade de convenção coletiva e intermediação de sindicatos. A decisão foi considerada por dirigentes de entidades e executivos de empresas do setor um entrave a mais em um ano já difícil para os negócios. Além desta ação, o governo permitiu, em agosto, que produtos de até US$ 50 fossem comprados com isenção de imposto de importação, junto com a implantação do programa Remessa Conforme. Como consequência, dezenas de varejistas tiveram de recorrer a pedidos de proteção judicial e extrajudicial contra credores. Além disso, entre as empresas da área listadas no Ibovespa, há ações cujas perdas superam 75% no ano, como no caso do Carrefour. Só Raia Drogasil acumula ganhos desde janeiro. "É preciso entender que, quando o varejo é afetado, há impactos em toda a cadeia de valor do consumo: a indústria que fornece aos lojistas e os serviços que os atendem também entram nesse processo de deterioração", diz Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da Gouvêa Ecosystem.

continua após publicidade
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

Sobre a volta dos sindicatos à negociação da abertura aos domingos e feriados, João Pedro Eyler Póvoa, sócio da área trabalhista do Bichara Advogados, diz que haverá custos e trabalho extras para a vida já atravancada das redes. "As empresas, que durante 2022 e 2023 excluíram essa demanda das negociações coletivas, terão agora de negociar caso a caso, tanto em sindicatos nacionais quanto nos estaduais e municipais. Em algumas empresas, serão 40 ou 50 acordos coletivos refeitos", diz. "Também terão de pagar homologações aos sindicatos para fecharem novamente esses acordos e estarão sujeitas a multas, caso não o façam. Terão despesas internas e mais demanda de trabalho em seus departamentos jurídicos. É mais custo na veia." Os sindicatos, evidentemente, têm outra visão. Para eles, sua intermediação nas negociações era uma prática já adotada, e a iniciativa do governo trouxe de volta "a dignidade do trabalhador, que não tem voz para negociar individualmente com o patrão", diz Nilton Neco, presidente nacional do secretariado dos comerciários da Força Sindical.

PORTEIRA ABERTA

"Nos governos Temer e Bolsonaro, a porteira estava aberta para o patrão fazer o que queria", diz ele. "A negociação coletiva mostra que o País está em plena democracia e só voltamos a uma prática que já tínhamos, e era prevista em lei." As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Varejo vê caos com volta de negociação"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!