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Trump adia taxas para automóveis importados do México e do Canadá

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nesta quarta, 5, adiar por um mês a cobrança de novas tarifas sobre carros da GM, Ford e Stellantis importados do México e do Canadá. A decisão veio, segundo a Casa Branca, após Trump conversar com re

Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)

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Escrito por Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)
Publicado em 06.03.2025, 07:25:00 Editado em 06.03.2025, 07:35:13
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nesta quarta, 5, adiar por um mês a cobrança de novas tarifas sobre carros da GM, Ford e Stellantis importados do México e do Canadá. A decisão veio, segundo a Casa Branca, após Trump conversar com representantes das montadoras. As taxas de 25% para os demais produtos comprados dos dois países, que passaram a vigorar na terça-feira, 4, vão continuar valendo.

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Diferentemente do começo da semana, quando as tarifas foram efetivadas, as Bolsas americanas e as ações das companhias subiram ontem. Após dois dias seguidos de queda, Dow Jones registrou alta de 1,14%, enquanto o índice S&P 500 avançou 1,12%; já a Nasdaq, que negocia papéis de companhias de tecnologia, teve ganho de 1,46%. Entre as empresas, as ações da Stellantis (holding que representa marcas como as americanas Jeep e Chrysler e a italiana Fiat) tiveram alta de 9,1%; as da GM, de 7,14%; e as da Ford, de 5,81%.

No Brasil, a notícia também foi bem-recebida. O dólar teve forte queda, de 2,71%, fechando a R$ 5,75. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou ganho de 0,20%. Os investidores ainda apostam no anúncio de novas exceções ou adiamentos ao tarifaço americano.

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Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, afirmou ontem que Trump decidiu suspender as novas taxas para que as empresas "não fiquem em desvantagem econômica". "Elas (empresas) fizeram o pedido e o presidente está feliz em atendê-las", afirmou em entrevista coletiva.

Questionada sobre o motivo pelo qual Trump concedeu apenas um mês de suspensão, Karoline disse que o presidente esperava que as montadoras transferissem a produção de volta para os Estados Unidos. A ideia, segundo ela, é as empresas "entrarem em ação, transferirem a produção aqui para a América, onde elas não pagarão tarifas".

A porta-voz disse ainda que as tarifas recíprocas para parceiros comerciais dos EUA continuam previstas para começar a valer em 2 de abril.

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As tarifas sobre produtos importados de México e Canadá, os dois maiores parceiros comerciais dos EUA, foram determinadas por Trump sob o argumento de que os vizinhos são tolerantes com a imigração ilegal e com o tráfico de fentanil, o que os governos dos dois países negam.

Segundo a Casa Branca, o presidente se recusou a oferecer um adiamento mais amplo ao Canadá, apesar dos apelos do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Trump escreveu nas redes sociais que disse a Trudeau não estar convencido de que o Canadá havia feito o suficiente para interromper o fluxo de fentanil pela fronteira.

As montadoras beneficiadas com o adiamento da cobrança das novas tarifas integram o Acordo EUA-México-Canadá, que substituiu o Nafta, ainda no primeiro mandato de Trump. Especialistas disseram que qualquer tarifa sobre carros seria prejudicial ao sistema altamente integrado hoje.

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Cadeia de produção

Nas últimas três décadas, desde que a zona de livre comércio da América do Norte foi criada, em 1994, as montadoras construíram cadeias de suprimentos que cruzam as fronteiras.

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Os fabricantes alcançam economias de escala construindo plantas de motores e transmissões que são grandes o suficiente para abastecer uma série de fábricas de veículos na América do Norte. Estratégia semelhante funciona para outras peças - bancos, painéis de instrumentos, eletrônicos, eixos.

"Isso aproveita a força de cada país, para a melhoria das empresas e para atender o consumidor", disse Sam Fiorani, vice-presidente da AutoForecast Solutions, empresa de pesquisa do setor automobilístico. "Os veículos seriam menos acessíveis se todas as peças tivessem de ser feitas em um só país."

Em última análise, um veículo é considerado uma importação quando é enviado para os Estados Unidos após passar pela montagem final em outro país. No entanto, em razão da complexidade das cadeias de suprimentos, é cada vez mais difícil dizer quais veículos são feitos nos EUA e quais são importados.

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O Chevrolet Blazer, um utilitário-esportivo fabricado pela GM, é montado em uma fábrica no México usando motores e transmissões produzidos nos Estados Unidos.

A Nissan fabrica seu sedã Altima no Tennessee e no Mississippi; a versão turbo tem um motor que vem do Japão e uma transmissão feita em uma fábrica no Canadá.

Tarifas

O governo Trump ainda não desenhou como as tarifas serão aplicadas a componentes como motores que forem enviados pela fronteira e depois devolvidos aos Estados Unidos como parte de veículos concluídos.

Embora o RAV4, da Toyota, seja tecnicamente importado do Canadá, cerca de 70% dos componentes do veículo - medidos pelo valor - vêm dos Estados Unidos, de acordo com a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário, que rastreia o local ou a origem das peças que entram nos veículos vendidos no país.

O SUV Nissan Rogue vai na outra direção. Ele se qualifica como um veículo produzido domesticamente porque é montado na fábrica da Nissan em Smyrna, no Tennessee. No entanto, só 25% de seu conteúdo se origina nos Estados Unidos. O motor da versão 2024 vem do Japão e sua transmissão, do México.

Para os consumidores, porém, pouco importa. Frank Krieber, executivo do setor de tecnologia, comprou um Chevrolet Tahoe há alguns meses presumindo se tratar de um veículo americano, mas pouco mais de um terço das peças é feita nos EUA - o carro é só montado no Texas com peça feitas no México. "Não me importo com o conteúdo mexicano. Se fosse feito no México em vez do Texas, eu ainda teria comprado", disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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