O Ministro do Trabalho e do Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o patamar atual da taxa de juros no Brasil, a qual classificou como excessivamente alto, acaba por atrapalhar a retomada da economia brasileira que, segundo ele, está girando devido à retomada de obras que estavam paradas. Ele defendeu que é preciso ter sensibilidade para questões reais da economia. "Não me parece que é uma economia descontrolada que precisamos ter juros nessa magnitude", afirmou.
As declarações foram dadas durante entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, exibida na noite deste domingo, 14. Ao falar do tema, o ministro afirmou que declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto não são contra a autonomia do Banco Central e sinalizou que não há discussões nesse sentido.
"O que está fazendo a economia rodar é a retomada de obras, pois, infelizmente, temos uma situação de juros excessivamente alto, que acaba atrapalhando a retomada da economia na velocidade que ela poderia estar rodando", disse, citando que havia 14 mil obras paradas e que algumas já foram retomadas. "Quando o presidente Lula fala dos juros e fala do Banco Central não é nada contra autonomia do Banco Central. Isso está dado e ninguém está discutindo isso, mas é preciso ter sensibilidade para as questões reais da economia."
Durante a entrevista, o ministro também comentou sobre a relação do Congresso com o governo federal. "O Congresso precisa ter sensibilidade de que nós estamos para a sociedade e não para o Congresso. Precisamos discutir, evidentemente, que as emendas parlamentares fazem parte do processo de composição, ministérios, cargos no governo, tudo faz parte de um processo de construção, mas faz parte também a escuta que a sociedade espera em cada segmento", disse.
Marinho afirmou que é preciso muita serenidade para encarar os debates e afirmou que o PT tem a grande responsabilidade dessa sensibilidade, para ajudar na compreensão no conjunto das questões a serem tratadas.
"Mas, também é preciso pedir compreensão das lideranças das Casas para que essa composição, desse escutar e se entender da mudança da realidade. É verdade, o Brasil é outro hoje, completamente diferente, as composições políticas são completamente diferentes, mas é preciso ter também sensibilidade e uma grande escuta do que nós necessitamos. Precisamos falar de geração de emprego, de oportunidades, de olhar todo o território nacional sem privilegiar A, B ou C, de forma que volta a olhar a economia."
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