A Tecnisa teve lucro líquido de R$ 15,786 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o prejuízo líquido de R$ 58,963 milhões registrado no mesmo período de 2021.
A melhora no resultado veio em função da retomada dos lançamentos e das vendas ao longo do ano, contribuindo para expansão das receitas e diluição dos custos, com uma consequente recuperação das margens.
Houve também um conjunto de efeitos não recorrentes que ajudaram o resultado. A companhia apurou na linha de "outras receitas e despesas" uma receita de R$ 45 milhões, contra despesa de R$ 17 milhões um ano antes.
Segundo a companhia, essa virada decorreu de uma receita de R$ 20 milhões referente a um acordo em ação judicial, ganho de R$ 16 milhões no acordo de venda de participação no Jardim das Perdizes em 2015 e que foi reconhecido agora em função dos projetos aprovados recentemente no local, e reversão de R$ 11 milhões na provisão para perdas na realização dos estoques.
Com isso, a Tecnisa voltou a fechar um ano no azul após sete exercícios consecutivos no vermelho. A incorporadora alcançou lucro de R$ 1 milhão em 2022, chegando a um break even (equilíbrio das contas), enquanto em 2021 teve prejuízo de R$ 185 milhões.
"O resultado alcançado é marcante e reflete o esforço da administração na reestruturação do negócio, com otimização da estrutura administrativa, redefinição da estratégia de
marketing e de vendas, assim como lançamentos de projetos que tiveram boa aceitação por parte dos clientes", afirmou a administração da Tecnisa em sua apresentação de resultados.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no quarto trimestre de 2022 foi de R$ 30,989 milhões, revertendo o dado negativo de R$ 42,788 milhões no mesmo intervalo de 2021. A margem Ebitda ajustado foi de 44,4%.
A receita operacional líquida totalizou R$ 69,756 milhões no quarto trimestre, montante quatro vezes maior do que no mesmo período do ano anterior. A margem bruta foi de 15%, aumento de 26 pontos porcentuais.
As despesas comerciais foram de R$ 7,541 milhões, recuo de 27,0%. Segundo a Tecnisa, houve reformulação das estratégias comerciais e ganhos de eficiência. Por sua vez, as despesas gerais e administrativas alcançaram R$ 24,216 milhões, alta de 31,3%, puxadas, principalmente, por maiores honorários para a administração.
A Tecnisa reportou ainda uma melhora expressiva no seu resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras), que gerou uma despesa de apenas R$ 1,5 milhão, redução de 87,0%.
A companhia teve queima de caixa de R$ 4 milhões no quarto trimestre e chegou ao fim do período com caixa de R$ 205 milhões, montante quatro vezes superior às dívidas com vencimento no curto prazo.
A dívida líquida atingiu R$ 443,431 milhões, alta de 15%. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) cresceu 13 pontos porcentuais, para 71,3%.
Lançamentos e vendas
A Tecnisa lançou dois empreendimentos no quarto trimestre de 2022, com um valor geral de vendas (VGV) de 545,600 milhões, crescimento de 39,7% em comparação com o mesmo intervalo de 2021. As vendas contratadas alcançaram R$ 314,166 milhões, alta de 238,9% na mesma base de comparação.
No ano foram quatro lançamentos ao todo. A incorporadora destacou que o empreendimento Bosque Pitangueiras, lançado em setembro no Jardim das Perdizes, foi 80% vendido. Na sequência, foi lançado no mesmo local o Reserva Figueiras com ganho de 11% no preço e 35% já vendido. Isso demonstra um "potencial elevado" para lançamentos nesse terreno, afirmou a administração.
"Para 2023, o Jardim das Perdizes será um importante pilar para a consolidação dos resultados da Companhia e criação de valor para nossos acionistas", afirmou. No fim do ano aconteceu ainda o lançamento do Kalea, residencial de luxo situado nos Jardins, cujas maioria das vendas acontecerá só neste ano.
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