A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu nesta terça-feira, 16, que a atual conjuntura de desinflação precisa ser considerada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) pelo menos na próxima e em mais duas reuniões. Ela repetiu que o País tem uma das maiores taxas reais de juros no mundo, após avaliar que o cenário internacional e a mudança das metas fiscais podem pesar na decisão do Copom. "É uma decisão interna dos diretores", disse, em entrevista à GloboNews.
"Eu olharia mais pelo lado da inflação do que pelo arcabouço", afirmou Tebet, que repetiu que o País está crescendo e com inflação sob controle.
A ministra ponderou que entende a "suspeição" com a mudança de meta, o receio de que as demais regras sejam alteradas, mas frisou que ninguém pode colocar em descrédito o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela seriedade.
"Se fosse um governo perdulário que quisesse gastar de forma desmedida, eu não estaria no ministério do Planejamento e Orçamento", acrescentou a ministra.
Tebet salientou que acredita que as decisões do Copom precisam ser feitas com isenção, como avalia que tem ocorrido até agora, e reiterou que é a favor da autonomia do Banco Central.
A ministra afirmou, no entanto, que, em sua avaliação, os juros demoraram para começar a cair. "Não estou dizendo que os juros deveriam cair mais do que 0,50 ponto porcentual a cada reunião do Copom, essa é uma decisão interna", ponderou.
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