MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Taxas longas de juros caem com fluxo de estrangeiro

Os juros futuros fecharam a sexta-feira com taxas curtas mostrando viés de alta e as longas em queda, em mais um dia de apetite do investidor estrangeiro por Brasil, que fez a curva descolar da abertura dos Treasuries e da recuperação das commodities. Ape

Denise Abarca (via Agência Estado)

·
Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 05.08.2022, 17:56:00 Editado em 05.08.2022, 18:01:56
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Os juros futuros fecharam a sexta-feira com taxas curtas mostrando viés de alta e as longas em queda, em mais um dia de apetite do investidor estrangeiro por Brasil, que fez a curva descolar da abertura dos Treasuries e da recuperação das commodities. Apesar da disparada dos retornos dos títulos dos Estados Unidos, refletindo a possibilidade de um aperto monetário mais forte no juro americano endossada pela surpresa com o dado de emprego dos EUA (payroll), o fluxo externo acabou falando mais alto, até porque nem mesmo o dólar resistiu em alta ante o real. Na ponta mais curta até o miolo, o efeito do comunicado do Copom parece ter se esgotado, com o mercado agora à espera da ata da reunião na terça-feira.

continua após publicidade

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,765%, de 13,746% na quinta-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 passou de 13,008% para 13,020%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,10%, de 12,097% na quinta, e a do DI para janeiro de 2027 ficou em 12,00%, de 12,11%. Vale destacar o DI janeiro de 2026, que fechou com taxa abaixo de 12%, a 11,96%, de 12,003%. No balanço da semana, a curva teve expressiva redução da inclinação.

Depois do comunicado do Copom ter na quinta-feira provocado um rali no mercado de juros, nesta sexta as atenções estavam voltadas à agenda externa. Apesar da surpresa com o relatório de emprego nos EUA referente a julho, os vencimentos longos no Brasil passaram incólumes ao efeito de alta nos retornos dos Treasuries. A taxa da T-Note de 2 anos subiu cerca de 20 pontos-base e a da de dez anos, em torno de 15 pontos.

continua após publicidade

O documento dos EUA trouxe não somente a criação de vagas (528 mil) muito acima do esperado (250 mil), como revisão para cima no payroll de maio e junho, queda na taxa de desemprego ante expectativa de estabilidade e salários subindo além do previsto.

"O mercado de trabalho mostra aperto considerável, com indicações de restrições prolongadas no lado da oferta (taxa de participação). Assim, acreditamos que a tarefa do Fed será mais difícil do que o precificado atualmente pelo mercado", afirmou o economista-chefe da ModalMais, Felipe Sichel. O monitoramento do CME Group indica que a aposta de aumento de 75 pontos-base no juro americano voltou a ganhar força.

O economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, afirma que não é de hoje que a curva longa vem fechando em função do exterior, mais precisamente desde que o Banco Central Europeu (BCE) abandonou seu forward guidance e, depois, a comunicação do Federal Reserve foi percebida como "dovish". "Ao longo de todo o mês de julho, tivemos um fechamento relevante dos spreads de crédito high yield nos Estados Unidos, que têm grande correlação o que vemos no CDS de emergentes. O do Brasil, desde 14 de julho, caiu 54 pontos-base, de 330 para 275 pontos", destacou.

Os vértices de curto e médio prazo não acompanharam a ponta longa, porque o mercado agora prefere esperar a ata do Copom na terça-feira para confirmar se a leitura do comunicado de que o cenário base agora é de manutenção da Selic está correta. Se ratificada tal perspectiva, Olivares vê como natural que o mercado comece agora a "operar" o timing para o início do ciclo de queda, mas defende que o Banco Central deixe o aperto monetário "fazer o seu trabalho", uma vez que as expectativas de inflação estão desancoradas ante as metas. "Agora, o BC vai ter de gerenciar no discurso essas expectativas de corte, vai ser mesmo no gogó", comentou.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Taxas longas de juros caem com fluxo de estrangeiro"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!